28 de Outubro de 2023 (CC) / 15 de Outubro (CE)
Santo Monge Eutímio, o Novo
São Luciano, Presbítero da Igreja de Antioquia, Hieromártir († 312)
Tom 3
O Monge Eutímio, o Novo, de Soluneia (Tessalônica), no mundo se chamava Nikita, e era natural da cidade de Ancira, na Galácia. Seus pais, Epifânio e Ana, levaram uma vida cristã virtuosa, e seu filho foi manso, piedoso e obediente desde a infância. Aos sete anos ficou órfão de pai e logo se tornou o único apoio de sua mãe em todos os assuntos. Tendo ingressado no serviço militar, Nikita casou-se, por insistência da mãe. Após o nascimento de uma filha, ele saiu secretamente de casa para entrar em um mosteiro. E por 15 anos o Monge Eutímio levou uma vida ascética no Monte Olimpo, onde aprendeu os feitos monásticos dos mais velhos.
O monge então se mudou para o Santo Monte Athos. No caminho, ao saber que sua mãe e sua esposa gozavam de boa saúde, informou-lhes que havia se tornado monge e enviou-lhes uma cruz, exortando-as a seguirem seu exemplo. Em Athos, o monge recebeu o Megalosyma (mais alto reconhecimento de dignidade monástica) e viveu três anos numa caverna, em total silêncio, lutando contra as tentações. E por muito tempo Santo Eutímio ascetizou sobre uma coluna, não muito longe de Soluneia, instruindo aqueles que o procuravam em busca de conselhos e curando os enfermos. O monge purificou tanto sua mente e coração que lhe foram concedidas visões e revelações divinas. Por ordem do Senhor, Santo Eutímio fundou em 863 dois mosteiros no monte Peristeros, não muito longe de Soluneia, que dirigiu durante 14 anos, com a dignidade de diácono. Num deles, sua esposa e mãe aceitaram a tonsura monástica. Antes de morrer, o monge instalou-se numa ilhota de Athos, onde repousou em 889. Os seus restos mortais foram transferidos para Soluneia. O Monge Eutímio é denominado o "Novo" em distinção do Monge Eutímio, o Grande (Com. 20 de janeiro).
Comemoração de São Luciano
Luciano nasceu em Samosata, na Síria (235-312), de pais cristãos, como ele também o foi desde muito pequeno. Logo depois da morte de seus pais, repartiu sua herança com os pobres, passando a se dedicar ao estudo das Sagradas Escrituras, pois que conservava em seu coração as palavras do apóstolo São Paulo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, defender, corrigir e guiar para o bem". Ou seja, toda a Escritura foi inspirada por Deus, sendo por isso proveitosa para ensinar a verdade, comprovar os erros, corrigir aos que pecam e educar na virtude.
Tendo alcançado um profundo conhecimento da Santa Escritura, Luciano foi então ordenado sacerdote de Antioquia. Ali ele ensinou com muita dedicação e precisão a divina palavra. Luciano fundou em Antioquia escolas muito concorridas para os estudantes, nas quais a doutrina e as virtudes cristãs eram ensinadas e praticadas. Quando tomou conhecimento que em Nicomédia o Imperador Diocleciano perseguia e matava cristãos, Luciano deixou Antioquia seguindo para lá para levar apoio e fortalecer na fé os cristãos que eram submetidos ao martírio. Mas logo foi apanhado e levado à prisão onde foi deixado sem comida, até morrer de fome.
Oração Antes de Ler as EscriturasFaz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Coríntios 3:12-18
Fragmento 174 - Irmãos, tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por ser levantado quando se ler a Antiga Aliança, a qual foi por Cristo abolida; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há libertação.
Os discípulos do Senhor colhem as espigas, esfregam-nas nas mãos e comem-nas no sábado – um ato sem muita importância tanto na aparência como na essência; entretanto, os fariseus não conseguiram se conter e os repreenderam. O que os fez levantar essa questão?
Fragmento 174 - Irmãos, tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por ser levantado quando se ler a Antiga Aliança, a qual foi por Cristo abolida; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há libertação.
Lucas 6:1-10
Fragmento 22 - Naquela época, aconteceu que, no segundo sábado após o primeiro*, passou pelas searas, e os Seus discípulos iam arrancando espigas e, esfregando-as com as mãos, as comiam. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados? E Jesus, respondendo-lhes, disse: Nunca lestes o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, e os comeu, e deu também aos que estavam com ele, os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes? E dizia-lhes: O Filho do Homem é Senhor até do sábado. E aconteceu também noutro sábado, que entrou na sinagoga, e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus observavam-No, se o curaria no sábado, para acharem de que O acusar. Mas Ele bem conhecia os seus pensamentos; e disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te, e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E, olhando para todos em redor, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra.
Nota: A expressão “segundo sábado após o primeiro” significa o segundo sábado que ocorre após o primeiro sábado de um determinado mês ou período. É possível que São Lucas esteja se referindo ao período dos sete sábados contados ente a Páscoa (Pessach) e o Pentecostes (Shavuot), ou ao Shabat Shuvah, que ocorre, no judaísmo, entre as festividades do Rosh Hashanah (ano novo judaico) e o Yom Kippur (o dia do perdão).
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ENSINO DOS SANTOS PADRES
Os discípulos do Senhor colhem as espigas, esfregam-nas nas mãos e comem-nas no sábado – um ato sem muita importância tanto na aparência como na essência; entretanto, os fariseus não conseguiram se conter e os repreenderam. O que os fez levantar essa questão?
Na aparência – zelo irracional, e em essência – o espírito de julgamento. Isto engloba a tudo e apresenta tudo numa forma sombria de ilegalidade e destrutividade. Essa enfermidade, em maior ou menor grau, é comum a quase todas as pessoas que não se cuidam. Nem todo mundo expressará pensamentos de julgamento em palavras, mas é raro que uma pessoa se abstenha deles. Tais pensamentos assentados no coração, transbordam e despertam os julgamentos. Mas, ao mesmo tempo, o próprio juiz está preparado para praticar ações que não são boas, desde que ninguém veja, e ele esteja infalivelmente num estado que não é tão bom de alguma forma. É como se ele julgasse e condenasse exatamente por essa razão – a fim de satisfazer seu sentimento de justiça interiormente insultado e reprimido com ataques a outros, por mais infundados que sejam.
Aquele que ama a justiça e permanece nela, sabendo quão difícil é alcançar a correção nas ações e ainda mais nos sentimentos, nunca julgará; ele está pronto mais cedo para cobrir com clemência não apenas as pequenas, mas também as grandes transgressões dos outros. O Senhor não julga os fariseus que julgam, mas explica-lhes com indulgência que os discípulos fizeram algo que qualquer um desculparia se pensassem corretamente. E quase sempre é assim: Pense razoavelmente sobre as ações do seu próximo e você descobrirá que ele não tem de forma alguma aquele caráter sério e medonho que você viu a princípio.
São Teófano, o Recluso
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