terça-feira, 10 de outubro de 2023

19ª Terça-feira Depois de Pentecostes

10 de Outubro de 2023 (CC) / 27 de Setembro (CE)
S. Calístrato e seus 49 companheiros, Mártires (início séc. IV)
Tom 1



Os pais de São Calístrato, assim como os seus antepassados, eram cristãos. Ainda jovem, o santo se alistou no exército como recruta. A "névoa" da vontade de morte que prevalecia nas tropas não influenciou de forma alguma Calístrato que, pelo contrário, aprofundava-se no amor a Deus e exercitava-se na adoração constante. Um de seus bons hábitos era o de rezar todas as noites.

Quando os seus companheiros de turma perceberam sua fé em Cristo, denunciaram Calístrato ao general Persetino (287), o qual imediatamente mandou que o trouxessem a Ele. Tendo ouvido de sua própria boca que era cristão, ordenou que fosse torturado. Depois de muito sofrimento, Calístrato foi amarrado, posto dentro de um saco e jogado no mar. Milagrosamente, porém, o saco se rompeu e alguns golfinhos o levaram até a costa. Presenciando esta miraculosa cena, os seus 49 companheiros de turma correram ao seu encontro, dizendo:

"Realmente, agora vimos que Deus existe e que É grandioso, tão grandioso que te tirou do fundo do mar e te libertou."

E perguntaram, então, ao Santo se poderiam ser aceitos na fé, eles que haviam sido idólatras. E o santo respondeu: 
"Meu Senhor Jesus Cristo disse: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei’" (Mt 11,28). 
Depois, Calístrato os instruiu na fé, enquanto na prisão e, mais tarde, ele e os seus 49 companheiros foram mortos por decapitação, entregando assim seus espíritos a Deus.
Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Filipenses 1:8-14

Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo. E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento, Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo; Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.

Lucas 5:12-16

12 E aconteceu que, quando estava numa daquelas cidades, eis que um homem cheio de lepra, vendo a Jesus, prostrou-se sobre o rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor, se quiseres, bem podes limpar-me. 13 E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, sê limpo. E logo a lepra desapareceu dele. 14 E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas vai, disse, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação, o que Moisés determinou para que lhes sirva de testemunho. 15 A sua fama, porém, se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. 16Ele, porém, retirava-se para os desertos, e ali orava.

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COMENTÁRIOS

Jesus não disse simplesmente: «Quero, fica purificado.» Fez mais e melhor: «Estendeu a mão e tocou-lhe.» 

Este é um fato digno de atenção. Dado que podia curá-lo por um ato da sua vontade e pela palavra; por que lhe tocou com a mão? Pela única razão de mostrar, quero crer, que não era inferior, mas, superior à Lei; e também para mostrar que, dali em diante, nada é impuro para quem é puro [...]. A mão de Jesus não ficou impura no contato com o leproso; ao invés, o corpo do leproso ficou purificado pela santidade dEssa mão. 

Cristo veio não apenas para curar os corpos, mas para elevar as almas à santidade. Ele ensina-nos aqui a cuidarmos da nossa alma, a purificá-la, sem nos preocuparmos com abluções exteriores. A única lepra a temer é a da alma, isto é, o pecado [...] 

Quanto a nós, devemos dar continuamente a Deus ações de graças. Agradeçamos-Lhe não apenas pelos bens que nos concedeu, mas ainda pelos que concedeu aos outros: poderemos assim destruir a inveja, manter e fazer crescer o nosso amor ao próximo [...]." 

São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla

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Tendo vindo até junto de nós, Cristo encontrou o que nós temos em abundância: penas, dores e a morte. Eis o que tu tens, eis o que entre nós existe em abundância. Ele comeu contigo o que se encontrava em abundância na pobre casa da tua infelicidade. Ele bebeu vinagre, ele provou fel (Jo 19, 29) – tudo quanto encontrou na tua pobre casa.  

Mas convidou-te para a Sua mesa magnífica, para a Sua mesa do céu, para a Sua mesa dos anjos, onde Ele mesmo é o pão (Jo 6, 34). Descendo até ti, e encontrando a infelicidade na tua pobre casa, não desdenhou de Se sentar à tua mesa, tal como era, e prometeu-te a Sua. [...] Assumiu a tua infelicidade, para te dar a Sua felicidade. Sim, te dará: Ele prometeu-nos a Sua vida. E aquilo que realizou é ainda mais incrível: deu-nos em penhor a sua própria morte. 

É como se nos tivesse dito: 

«Convido-vos para a Minha vida, onde ninguém morre, onde se encontra a verdadeira felicidade, onde o alimento não se corrompe, mas restaura, onde nunca falta e tudo preenche. Vede para onde vos convido. Para o país dos anjos, para a amizade do Pai e do Espírito Santo, para uma refeição eterna, para a Minha amizade fraterna. Enfim, convido-vos para Mim mesmo, convido-vos para a Minha própria vida. Não quereis acreditar que vos darei a Minha vida? Tendes a Minha morte como testemunho.»

S. Serafim de Sarov (1759-1833; Conversação com Motovilov

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