segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

38ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

 
19 de Fevereiro de 2024 (CC) - 06 de Fevereiro (CE)
São Bucólos, bispo de Esmirna († 100?); 
Fócios, Patriarca de Constantinopla († 891 dC);
 Juliano e Fausta; Evilásia e Máximo; Marta Maria e seu irmão Monge, Likárion; 
Barsanúfio , o Grande e João, o Profeta de Gaza; 
Mártires Dorotea, Cristina, Calista e Teófil; 
Monge Arsênio de Ikalti; Bispos Mel e Mun; Ilian de Eades.
Tom 4

São Bucólos é lembrado como o primeiro arcebispo de Esmirna, Igreja fundada por São João, o teólogo que, por mandato da Igreja, tinha sob sua direção, toda a Ásia Menor. Exerceu este ofício com senso de dever e muito zelo e, servindo abnegadamente a Igreja, enfrentou heroicamente seu martírio. Foi realmente um pai espiritual para todos os cristãos, o ensinando o evangelho em tempos de perseguição e perigo para os cristãos. Diante da multidão idólatra, ele se comportava com prudência e com um maravilhoso amor, tomando cuidado para não irritar as pessoas e, se possível, para atraí-los à fé cristã. Os hinos litúrgicos que recordam a memória deste santo ressaltam sua fé sincera, sua pureza de espírito e sua grande humildade.  
São Fócio, Patriarca de Constantinopla 
São Fócio representa para os povos eslavos do Sul, um papel importante na sua cristianização. Logo após a sua eleição, como Patriarca de Constantinopla, envia os santos Cirilo e Metódio como missionários para aquela região, e em 867 um bispo para a Ucrânia. Durante algum tempo rompe a comunhão com o papa Nicolau I de Roma de quem recebe anátema, devido a questões disciplinares, entre as quais relativas à sua eleição e devido à discordância acerca dogma do Filioqüe, reforçando o afastamento da Igreja Latina, concretizada durante o exercício do seu sucessor Cerulário em 1054.
São Fócio, para além da importância das suas funções, era um reconhecido teólogo do seu tempo que via nos padres da Igreja os grandes interpretadores do Evangelho.
Nas suas cartas acusa os latinos de se terem afastado da Tradição apostólica nos seguintes pontos: os ázimos, o jejum do sábado, a abstinência, o rito do batismo, o culto às imagens, o filioqüe e o primado romano.
Antes de ocupar o seu lugar de Patriarca já era conhecido como leigo sábio e conhecedor de filo e das ciências. 
A Santa Mártir Ainda Adolescente, Fausta  
Fausta foi martirizada por amor a Cristo durante o reinado do Imperador Maximiano (305-311 DC). Por seu heroísmo, Fausta afugentou seus perseguidores e conseguiu converter dois deles ao cristianismo: Evilasius, o sacerdote pagão de oitenta anos, e Eparch Maximus. Quando o juiz a ameaçou com torturas mais severas, pediu-lhe que fizesse uma foto retratando todas aquelas torturas com que ele a ameaçava. 
Quando a foto foi completada, foram mostra-la à Santa Fausta, esta lhes dissera:  
«Assim como esta imagem não sente dor, então meu corpo não sente a dor dos teus castigos, pois minha alma está segura no Senhor"».  
A juíza então a jogou em um tanque de água fervente, onde esta menina de 13 anos morreu com uma oração em seus lábios, e sua alma entrou no Paraíso. 
A Santa e Jovem Mártir, Ainda Adolescente, Dorotéia 
Dorotéia era uma donzela proeminente e bonita de Cesárea da Capadócia. Sapricius, o administrador da província, entregou Dorotéia para as duas irmãs pagãs, Christina e Kallista, a fim de persuadi-la a abandonar Cristo. Mas o oposto ocorreu: Dorotéia conseguiu converter as duas irmãs para a Fé Cristã. Furioso, Sapricius ordenou que as duas irmãs fossem amarradas a uma catapulta e incendiadas. Ele também condenou Dorotéia à morte. Esta, ao ouvir a sentença, exultou e gritou: 
«Dou graças a Ti, ó Cristo, Amante das almas, para que me conduzas a todas as tuas mansões!» 
Certo nobre, chamado Teófilo, que estava presente, riu-se dessas palavras e gritou para Dorotéia: 
«Escuta, ó noiva de Cristo, manda-me maçãs e flores da romã do paraíso do teu noivo». 
«Na verdade, farei isto» - respondeu a mártir. 
Quando Dorotéia estava no local da execução, de repente um belo jovem apareceu com três lindas maçãs e três flores vermelhas da romã. Este era um anjo de Deus, e era inverno. Dorotéia pediu ao anjo para levá-las a Teófilo e dizer-lhe: 
«Eis o que você desejou!» 
Quando Teófilo recebeu a mensagem e viu o presente, ficou completamente assustado. Isto deu um nó em sua cabeça, e ele, um pagão convicto, tornou-se cristão. Teófilo foi torturado e morto por amor a Cristo, e sua alma entrou no Paraíso do Senhor Jesus logo após à de Santa Dorotéia. 
Os Santos Veneráveis Barsanúfios e João 
Ambos, Barsanúfios e João eram grandes ascetas, clarividentes e operadores de milagres na região de Gaza.
  
Eles deixaram um famoso trabalho intitulado «O Livro das Respostas», que lida com muitas perguntas sobre a vida espiritual. Barsanúfios e João viveram no século VI.

As Santas Marta e Maria, e Seu Irmão Licarion  
A Santas Virgens Mártires, Marta e Maria eram irmãs, viviam na Ásia Menor e eram ardentes no desejo de sofrer pelo Senhor Jesus Cristo. Certa vez um comandante militar pagão passou por sua casa. As irmãs foram ao seu encontro e declararam em voz alta que eram cristãs. A princípio, o comandante não prestou atenção a elas, mas gritavam persistentemente atrás dele, repetindo sua confissão. Então ambos foram presas junto com seu irmão - o jovem Likarion. Todos os três foram colocados em cruzes e, durante a execução, sua mãe veio até eles, encorajando-os em seus sofrimentos por Cristo. As irmãs foram perfuradas com lanças e o jovem Likarion foi decapitado pela espada.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!


1 Pedro 2:21-3:1-9

Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; Considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos; Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto. Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações. E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.

Marcos 12:13-17

E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra. E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos? Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja. E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES

“O que Deus te pede? Sua imagem”

Buscas a imagem de Deus? Você a tem em si mesmo; o artífice não pode fazer a imagem de Deus, mas Deus pode fazer uma imagem de si mesmo. Não fez outro distinto de ti mesmo, mas que te fez a ti a sua imagem. Adorando, pois, a imagem de homem que o artífice fez, profana a imagem de Deus, que Deus imprimiu em ti mesmo. Portanto, quando te chama para que voltes, quer devolver-te aquela imagem que tu, esfregando-a em certo modo com a ambição terrena, perdeste e obscureceste.

Daqui procede, irmãos, que Deus busque a sua imagem em nós. Isto foi o que recordou àqueles judeus que lhe apresentaram uma moeda. Quando lhe disseram: Senhor, é lícito pagar tributo a César?, sua primeira intenção era lhe tentar; se dizia “é lícito”, seria acusado de querer que Israel vivesse sob maldição, ao querer que estivesse submetido a tributo, que estivesse sob o jugo de outro rei e pagasse impostos; se, porém, dizia “não é lícito pagar tributo”, lhe acusariam de ordenar algo contra o César e de ser o causante de que não pagassem os impostos devidos enquanto povo submetido.

Conheceu que lhe tentavam; conheceu, por assim dizer, a verdade para a falsidade e com poucas palavras deixou exposta a mentira procedente da boca dos mentirosos. Não emitiu a sentença contra eles por sua boca, mas deixou que eles mesmos a emitissem contra si, segundo o que está escrito: Por tuas palavras serás declarado justo e por elas declarado inocente. Por que me tentais, hipócritas? Ele lhes disse.

Mostrai-me a moeda. Mostraram-na para ele. De quem, disse, é a imagem e a inscrição? Responderam: De César. E ele: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Como César busca a sua imagem em sua moeda, assim Deus busca a sua em tua alma. Dai a César, disse, o que é de César. O que César te pede? Sua imagem. O que Deus te pede? Sua imagem. Porém, a do César está na moeda, a de Deus está em ti. Se alguma vez perdes uma moeda, choras porque perdeste a imagem do César; e não choras quando adoras um ídolo sabendo que fazes uma injúria à imagem de Deus que reside em ti?

Agostinho, bispo de Hypona (séc. V)


“Entregar a Deus a sua imagem intacta em nós”

Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. O pintor desta imagem é o Filho de Deus. E por tratar-se de pintor tão grandioso e perito, sua imagem pode se tornar feia pela negligência, mas não apagada pela malícia. Pois a imagem de Deus permanece sempre em ti, mesmo quando tu mesmo sobreponhas à imagem do homem terreno. Esta imagem do homem terreno, que Deus não esboçou em ti, tu mesmo te vais pintando através das variadas escalas de tipos de malícia, como uma combinação de diversas cores.

Por isso temos de suplicar àquele que diz pela boca do profeta: Dissipei tuas rebeliões como névoa; os teus pecados como nuvem. E quando tiver apagado em ti todas estas cores procedentes das fraudes da malícia, então resplandecerá em ti a imagem criada por Deus. Já percebes como as Sagradas Escrituras comparam formas e figuras mediante as quais a alma aprenda a conhecer-se e a purificar-se a si mesma.

Queres contemplar ainda esta imagem a partir de outra perspectiva? Existem cartas que Deus escreve e cartas que nós escrevemos. As cartas do pecado nós as escrevemos. Escuta como se expressa o apóstolo: Cancelou – disse – o documento que nos condenava com suas cláusulas e era contra nós; aboliu-o definitivamente, cravando-o na cruz. Isto que o apóstolo chama documento, foi a caução de nossos pecados. Porque cada um de nós é devedor daquilo em que delinque e escreve a carta de seus pecados. Pois, no juízo de Deus – cuja abertura descreve Daniel –, diz que os livros se abriram: sem dúvida aqueles livros que contêm os pecados dos homens.

Estes livros nós os escrevemos com as culpas que cometemos. Disto concluímos que as nossas cartas são escritas pelo pecado; as de Deus pela justiça. Assim, de fato, o afirma o apóstolo: Vós sois uma carta, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações. Tens, pois, a carta de Deus em ti, e a carta do Espírito Santo. Mas se pecas, tu mesmo assinas o documento do pecado.

Porém, observa como ao aproximar-te somente uma vez da cruz de Cristo e da graça do batismo, teu documento foi cravado na cruz e apagado na fonte batismal. Não voltes a escrever novamente o que foi apagado, nem restaures o que foi abolido; conserva em ti unicamente a carta de Deus; que permaneça em ti a Escritura do Espírito Santo.

Orígenes (séc. III)

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