sábado, 17 de fevereiro de 2024

37º Sábado Depois de Pentecostes

17 de Fevereiro de 2024 (CC) - 04 de Fevereiro (CE)
Santo Isidoro de Pelusium, monge (ca. 436-440). São Jorge, príncipe de Vladimir (1238). 
São Cirilo, fundador do Lago Novo Mosteiro (Novgorod) (1532); 
Mártires Jadorus e Isidoro, que sofreram sob Decius (3º c.). 
Hieromartyr Abramius, bispo de Arbela na Assíria (ca. 344-347). 
São Nicolau, o Confessor, abade de Studion (868). 
Veneráveis Abraão e Coprius, fundadores do Pechenga Mosteiro (Vologda) (15º c.); 
Novo Hieromartyr Metódio (Krasnoperov), bispo de Petropavlovsk (1921). 
Novo Hieromartyrs Teodósio (Bobkov), hieromonge do Chudov Mosteiro (de Moscou), 
Nicholas Kandaurov, arcipreste (Moscou), Boris Nazarov, arcipreste, de Protasievo (Verey), 
Alexander Pokrovsky, arcipreste, de Mineyevo (Moscou), 
Alexander Sokolov, arcipreste, de Paveltsovo (Moscou), 
Pedro Sokolov, arcipreste, da Klin (Moscou), João Tikhomirov, arcipreste, de Petrovskoye (Moscou), 
e Nicholas Pospelov, o sacerdote, de Bylovo (Podolsk) (1938). 
Novo Mártir Raphaela, schemanun, de Moscou (1938); Hieromartyr Phileas, bispo de Thmuis, 
e Mártir Philoromus o Magistrado (ca. 303). São João de Irenopolis (ca. 325). 
São Evágrio, companheiro de ascese de São Shio de Mgvime, Geórgia (6º c.); 
Hieromartyr Aldate de Gloucester (6º c.). Novo Mártir José de Alepo, na Síria (1686).
Tom 3

O Monge Isidoro Pelusiotes viveu durante os séculos IV-V. Ele era natural de Alexandria e foi criado entre cristãos piedosos. Ele era parente de Teófilo, Arcebispo de Alexandria, e de seu sucessor, São Cirilo.  
Ainda jovem, deixou o mundo e retirou-se para regiões interioranas do Egito, para o Monte Pelusiotes, que se tornou o local de seus esforços monásticos. A sabedoria espiritual e o ascetismo estrito do monge Isidoro, em combinação com sua ampla erudição e conhecimento inato da alma humana, permitiram-lhe em pouco tempo conquistar o respeito e o amor de seus companheiros monges. Eles o escolheram como sendo o chefe deles e o elevaram à dignidade do presbítero. Seguindo o exemplo de São João Crisóstomo, ao qual ele conseguira ver e ouvir durante o tempo de uma viagem a Constantinopla, o monge Isidoro dedicou-se, principalmente, à pregação cristã - aquela "sabedoria prática" que, em suas próprias palavras, é, ao mesmo tempo, tanto a "a fundação do edifício e do próprio edifício", a qual tem na lógica "o seu embelezamento" e na contemplação - "a sua coroa".  
Santo Isidoro também era um professor, e alguém que estava sempre disposto a aconselhar qualquer pessoa que o procurasse buscando encorajamento espiritual, não importando se quem o buscasse fosse um homem simples, um dignitário, um bispo, o Patriarca de Alexandria ou mesmo o próprio Imperador. Ele, também, deixou cerca de 10.000 escritos, dos quais 2.090 sobreviveram, e grande parte desses escritos são de grande profundidade teológica e contém moralmente. interpretações edificantes da Sagrada Escritura. É aqui que o Monge Isidoro se destaca como o melhor discípulo de São João Crisóstomo. O amor e devoção do Monge Isidoro por São João Crisóstomo resultou em uma eficaz intervenção sua em defesa de São João durante o tempo em que foi perseguido pela imperatriz Eudoxia e pelo Arcebispo Teófilo. Após a morte de São João, o monge Isidoro persuadiu o sucessor de Teófilo, São Cirilo, a inscrever o nome de São João Crisóstomo nos dípticos da Igreja como Confessor. E através da iniciativa do Monge Isidoro convocou-se o Terceiro Concílio Ecumênico em Éfeso (431), no qual foram condenados os falsos ensinamentos de Nestório a respeito da Pessoa de Jesus Cristo. 
Santo Isidoro faleceu bastante idoso, por volta do ano 436. O Historiador da Igreja, Evágrios (Séc. VI) escreve sobre o monge Isidoro, dizendo, que "sua vida parecia a todos a vida de um anjo sobre a terra". Outro historiador, Nicholas Kallistos (século IX), assim elogia o monge Isidoro:  
"Ele era um pilar vital e inspirado das regras monásticas e das divinas percepções, e das tais, revelou-se modelo excelso e exemplo de altíssimo fervor e ensinamento espiritual".

Comemoração do Santo Nobre Príncipe Jorge (Georgii, diminutivo Yurii)

O Santo Nobre Príncipe Jorge (Georgii, diminutivo Yurii) era filho do Grande Príncipe Vsevolod, apelidado de "Grande Abrigo" ("Большое Гнездо"). Ele nasceu no ano de 1189, e assumiu o trono de Vladimir em 1212. George destacou-se por seu valor militar e sua piedade.  
No ano de 1237, a horda tártara (mongol) de Batu desceu sobre a terra russa. São Jorge foi obrigado a deixar a capital, deixando-a ao encargo de seus filhos, e partiu para o norte, para se unir aos outros príncipes. No dia 4 de março de 1238 ocorreu a Batalha no Rio Sita, na qual os tártaros destruíram a companhia, não muito grande, mas valente, do grande principado. O próprio santo tombou nessa luta. O bispo Kirill enterrou seu corpo na catedral de Rostov; dois anos depois, foi com grande solenidade transferida para a catedral de Vladimir Uspenie (Dormição). E em 1645 ocorreu a glorificação da Igreja do santo. 
Comemoração do Santo Mártir Abramius 
O Hieromartyr Abramius, Bispo de Arbela, padeceu durante uma perseguição contra os Cristãos na Pérsia, sob o imperador Sapor II. Quando quiseram obrigar o Santo a renunciar a Cristo e a adorar o sol, ele respondeu: 
"Que grande tolice, abandonar o Criador para adorar as criaturas. Não é o sol apenas uma criação do meu Deus?" 
Ouvindo isto, eles o espancaram ferozmente e o torturaram. Santo Abramius orou durante a tortura, ecoando as palavras do Salvador:  
"Senhor, não lhes impute este pecado, eles não sabem o que fazem!" 
O hieromartir foi decapitado pela espada, na aldeia de Feldman.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Tessalonicenses 5:14-23

Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos. Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Lucas 17:3-10

Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria. E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.

† † †

ENSINO DOS SANTOS PADRES


“A Eficácia da Fé”

Se tiverdes fé semelhante a um grão de mostarda, diríeis a esta árvore: arranca-te e lança-te ao mar, e ela vos obedeceria. Do grão de mostarda já temos falado mais acima. Falemos agora dessa árvore de amoreira. Eu leio “uma árvore”, contudo, não creio que seja uma árvore. Pois, que razão e proveito pode ter para nós que uma árvore que dá fruto aos agricultores que a cuidam, seja arrancada e precipitada ao mar? Mesmo que creiamos possível, pela virtude da fé, que a natureza cega obedece a mandatos perceptíveis, o que nos quer significar este tipo de árvore?

Também é verdade que li: Eu sou pastor de cabras e hábil em preparar os figos do sicômoro, com o qual, ao meu parecer, o profeta nos quer indicar que, sendo também ele pecador no meio de um povo de pecadores, depois se converteu, pois não há dúvida que convinha que o futuro profeta, buscando o fruto entre sarças e tirando delas seu alimento, conduzisse os rebanhos sombrios e fedorentos dos gentios e das demais nações aos pastos de seus escritos, com o fim de que engordassem com esse alimento espiritual, ao tempo que ele mesmo, convertido de sua vida pecadora, também obteria o leite espiritual.

Porém, como em outro livro do Evangelho (Mt) se falou de um monte – cujo aspecto desnudo, desprovido de vinhas fecundas e de oliveiras, estéril para a agricultura, propício para a guarida das bestas e agitado pelas incursões das feras, parece traduzir a orgulhosa elevação do mau espírito, segundo o que está escrito: Eis-me aqui contra ti, monte de destruição, que devastas a terra –, parece lógico pensar que neste lugar nos fala do mesmo, já que a fé exclui todo mau espírito e, sobretudo, porque a natureza dessa árvore se enquadra perfeitamente nesta opinião, pois seu fruto primeiro é branco em sua flor, e depois, conforme cresce, torna-se vermelho, para escurecer quando amadurece. Também o demônio, privado da branca flor de sua natureza e de sua vermelha potestade por causa de sua prevaricação, está agora revestido da negrura e do mau odor do pecado. Contempla àquele que disse a esse sicômoro: Arranca-te e lança-te ao mar, quando o lançou fora daquele homem e o permitiu entrar nos porcos, os quais, impulsionados por seu espírito diabólico, afundaram-se no mar. Nesta passagem somos exortados à fé, querendo-nos ensinar, em um sentido tropológico, que até as coisas mais sólidas podem ser destruídas pela fé. Porque da fé surge a caridade, a esperança e, de novo, fazendo uma espécie de circuito fechado, algumas são causa e fundamento das outras.

Na continuação segue a exortação de que ninguém se glorie de agir bem, já que, por uma justa dependência, devemos nosso serviço ao Senhor. Mas, do mesmo modo que tu não dirás para um empregado teu que estava arando ou apascentando ovelhas: “Passa para dentro e senta-te a minha mesa” – de onde se conclui que ninguém pode sentar-se à mesa se antes não passou; como Moisés, que para contemplar a grande visão teve de subir ao alto do monte –, pois desse mesmo modo dizemos que tu não diz a esse teu servo: “senta-te à mesa”, mas lhe exiges seus serviços sem agradecer-lhe; da mesma maneira, o Senhor não pode permitir que te aposses do mérito de uma ação ou trabalho, já que, enquanto vivemos, é nosso dever trabalhar sempre.

Portanto, vive em consequência com a convicção de que és um servo ao qual se encomendaram muitos trabalhos. Não te creias mais do que és, porque és chamado filho de Deus – deves reconhecer, sim, a graça, mas não podes lançar no esquecimento tua natureza –, nem te envaideças de ter servido com fidelidade, já que esse era o teu dever. O sol realiza seu labor, a lua obedece, os anjos também servem. E o mesmo instrumento escolhido pelo Senhor para pregar aos gentios, disse: Não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus, e em outra passagem, ainda que não fosse consciente de culpabilidade alguma, acrescentou: mas nem por isso estou justificado. Por isso, tampouco nós pretendamos louvar-nos a nós mesmos, nem nos antecipemos ao juízo de Deus, nem nos adiantemos à sentença do Juiz, antes, esperemos ao seu dia e ao seu juízo. E uma vez que lemos a repreensão dirija aos ingratos, venhamos a tratar o tema do juízo futuro.

Santo Ambrósio, Bispo de Milão (séc. IV)

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