quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

38ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

22 de Fevereiro de 2024 (CC) - 09 de Fevereiro (CE)
Mártir Nicéforo de Antioquia
Tom 4




Nicéforo, o Antioquino viveu e foi martirizado durante o império de Valeriano e de Galeriano. Era um homem cuja simplicidade o fez unir-se a um sacerdote da cidade, chamado Sapricio. A amizade entre Nicéforo e Sapricio era tão grande que agiam como uma só alma, um só coração e uma só vontade. A inveja do maligno, porém, com suas ardilezas, injetou veneno naquela amizade, transformando-a em inimizade. Com o passar do tempo, a inimizade foi crescendo, ao ponto de um querer destruir o outro. Niceforo, porém, por misericórdia de Deus, percebeu quão horrível era o ódio, e que tinha caído nas armadilhas de Satanás. Arrependeu-se e, para demonstrar o desejo de reconciliação, enviou alguns intermediários para que transmitissem seu perdão a Sapricio. O coração do sacerdote, no entanto, estava empedernido pelo ódio. Depois de muitas tentativas fracassadas, Nicéforo se apresentou diante de seu antigo amigo e se prostrou ante seus pés, pedindo-lhe perdão. Sapricio, porém preferindo ater-se aos seus sentimentos de ódio, afastou-se dele, demonstrando total indiferença.  
No ano 260, a onda de perseguição aos cristãos recomeçou. Sapricio foi capturado e levado a presença do governador que lhe interrogou: “Como te chamas?” Respondeu ele: “Sapricio”. “Qual é tua fé”, perguntou o Imperador. Sapricio respondeu: “Sou cristão”. “És clérigo?” “Tenho a honra de ser sacerdote, e nós cristãos professamos nossa fé em um só Deus e Senhor Jesus Cristo que é verdadeiro Deus, criador do céu e da terra; e não reconhecemos a divindade dos deuses dos gentios. O governador se enfureceu e mandou que fosse torturado.

Apesar de todos os açoites e castigos, Sapricio não vacilou e a graça de Deus esteve com ele até o momento em que o governador lhe disse: “o sacerdote dos cristãos está convencido que ressuscitará para uma segunda vinda; que ele seja então entregue aos executores para que sua cabeça seja decepada de seu corpo.” Com muita fé, o sacerdote foi conduzido até o local de sua execução. Enquanto isso, Nicéforo estava muito confuso: satisfeito por seu amigo ter a graça de sofrer o martírio, porém preocupado por desejar ser purificado de qualquer mancha. Aproximou-se dele, em meio a multidão, prostrou-se diante dele e disse; “Ó mártir de Cristo, perdoa-me pelos pecados que cometi contra ti”. Sapricio se manteve em silêncio; não disse uma palavra e nem olhou para  ele. Então os soldados o açoitaram e dele caçoavam dizendo: “este insensato está pedindo perdão a um homem que está a beira da morte”. Por fim chegaram ao lugar da execução e o carrasco ordenou que Sapricio se abaixasse para lhe cortar a cabeça. Porém, já que a divina graça lhe tinha deixado por causa de sua atitude rancorosa, começou a gritar: “porque querem cortar a cabeça? Responderam: “porque te recusas a adorar nossos deuses e a obedecer às ordens do imperador por amor àquele chamado Jesus”. Sapricio respondeu: “irmãos, não me matem; estou disposto a fazer tudo o que me pedem”. Ouvindo aquilo, Nicéforo dizia: “Que lástima! Sapricio fraquejou”. E gritava: “Que estás fazendo, irmão meu? Negas a Cristo, nosso bom Mestre? Não percas a coroa que ganhaste por seus sofrimentos e dores”. Sapricio não quis escutá-lo. Então Nicéforo se apresentou diante do verdugo e disse: “Eu sou cristão e creio em Jesus Cristo quem este miserável acabou de negar. Estou disposto a morrer em seu lugar”. Todos os presentes ficaram surpreendidos e os soldados, confusos, consultaram o Imperador dizendo: “Sapricio decidiu fazer oferendas aos deuses, porém aqui existe um homem que professa sua fé em Cristo e diz estar disposto a morrer por Ele”. O governador então ordenou que libertassem Sapricio e que executassem Nicéforo que foi glorificado no dia 9 de fevereiro do ano 260. O Oriente e o Ocidente cristãos recordam sua memória neste dia. Suas intercessões estejam com todos nós. Amém.
 
 

Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Pedro 4:12-5:5

12 Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 13 mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis. 14 Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus. 15 Que nenhum de vós, entretanto, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se entremete em negócios alheios; 16 mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome. 17 Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus?  18 E se para o justo é difícil ser salvo, onde comparecerá o ímpio pecador? 19 Portanto os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador, praticando o bem. 1 Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou presbítero com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: 2 Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; 3 nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória. 5 Semelhantemente vós, os mais moços, sede sujeitos aos mais velhos. E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
   
Marcos 12:38-44

38 E prosseguindo ele no seu ensino, disse: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,  39 e dos primeiros assentos nas sinagogas, e dos primeiros lugares nos banquetes, 40 que devoram as casas das viúvas, e por pretexto fazem longas orações; estes hão de receber muito maior condenação.  41 E sentando-se Jesus defronte do cofre das ofertas, observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos deitavam muito. 42 Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou dois leptos[1], que valiam um quadrante. 43 E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre; 44 porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento.

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O ENSINO DOS SANTOS PADRES

“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”

Amadíssimos, que ninguém se vanglorie dos pequenos méritos de uma vida boa se lhe faltarem as obras de caridade; nem se refugie na falsa segurança de sua pureza corporal, quem não busca a sua purificação na esmola.

A esmola apaga o pecado, mata a morte e extingue a pena do fogo eterno. Mas quem estiver desprovido do fruto da esmola, também não poderá receber a indulgência do remunerador, pois diz Salomão: Quem fecha os ouvidos ao clamor do necessitado, não será escutado quando grite. Por isso Tobias dizia ao seu filho, incutindo-lhe os preceitos da piedade: Dá esmola dos teus bens e não sejas mesquinho. Se vês um pobre, não desvies o teu rosto, e Deus não afastará sua face de ti.

Esta virtude torna úteis todas as outras virtudes: sua união vivifica a própria fé, da qual o justo vive, e que, se não tem obras, é considerada morta: mas se é verdade que a fé é a razão de ser das obras, não é menos que as obras são a força da fé. Por isso, como diz o apóstolo, enquanto temos oportunidade, trabalhemos pelo bem de todos, especialmente pelo bem da família da fé. Não nos cansemos de fazer o bem, que, se não esmorecermos, no tempo certo colheremos.

A vida presente é tempo de semeadura, e o dia da retribuição é tempo de colheita, quando cada um recolherá uma colheita proporcionada à quantidade da semeadura. Ninguém ficará defraudado do rendimento desta messe, pois ali se atenderá tanto o volume das contribuições como a qualidade das intenções; de maneira que se equipararão os pequenos donativos procedentes de escassos rendimentos e os suntuosos de fortunas imensas.

Em consequência, amadíssimos, acatemos o que foi estabelecido pelos apóstolos. E como no próximo domingo terá “lugar a coleta, disponham-vos para a voluntária devoção, para que cada um coopere, segundo as suas possibilidades, para a sacratíssima oblação. Vossas próprias esmolas serão uma oração em vosso favor, assim como para aqueles a quem ajudareis com vossa generosidade. Assim estareis disponíveis para toda boa iniciativa, em Cristo Jesus, nosso Senhor, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.

São Gregório, o Grande, Patriarca de Roma, Séc. VII

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