terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

36ª Terça-feira Depois de Pentecostes

06 de Fevereiro de 2024 (CC) - 24 de Janeiro (CE)S. 
Xênia de Roma, monja († séc. V);
Xênia, de São Petersburgo, Louca de Cristo (Séc. XVIII)
Tom 2

Santa Xênia era filha única do ilustre senador romano, Eusébio. Embora ainda muito jovem, decidiu permanecer virgem e para evitar o casamento, partiu rumo a Alexandria, juntamente com dois escravos. Uma vez lá, convenceu a seus acompanhantes de a chamarem Xênia, que em grego significa «peregrina», dificultando assim ser encontrada. 
Quando se encontrou com o abade do Monastério do Santo Apóstolo André, na cidade de Mileto (em Caria), ela me pediu para que a levasse, juntamente com seus acompanhantes, à cidade de Milas. Xênia comprou um terreno e construiu uma igreja dedicada a Santo Estevão, organizando junto um monastério para mulheres. Logo, por sua vida exemplar, o bispo de Milas a elevou à dignidade de diaconisa. Verdadeiramente, Xênia levava uma vida angelical. Amava a todos, prestava ajuda a todos na medida do que lhe era possível. Era uma benfeitora dos pobres, consolava os aflitos e sofredores e, para os pecadores, uma mãe espiritual. Por sua profunda humildade, se considerava a si mesma como a pior e a mais pecadora de todos. Santa Xênia ajudou a salvar muitas almas. Ele morreu na segunda metade do século V. Durante a sua morte, ocorreram sinais miraculosos.
Xênia, de São Petersburgo, Louca de Cristo  

Nasceu por volta de 1730 e, muito jovem, se casou com um coronel do exército chamado Andrei, um homem bonito e atormentado que gostava de vida mundana. 
Quando tinha vinte e seis anos, seu marido morreu de repente depois de beber com seus amigos, deixando Xênia uma viúva sem filhos. Logo depois, ela distribuiu todas as suas posses e desapareceu de São Petersburgo por oito anos; acredita-se que ela passou o tempo em um eremitério, ou mesmo em um mosteiro, aprendendo os caminhos da vida espiritual. Quando voltou para São Petersburgo, ela pareceu ter perdido o motivo de viver: vestia-se com o casaco do exército do marido e só respondia ao nome dele. Xênia passou a morar na rua, vagando pelas vias da cidade, zombada e abusada por muitos. Ela recebia esmolas de pessoas de caridade, mas imediatamente as entregava aos pobres; sua única comida vinha das refeições que às vezes aceitava daqueles que a conheciam. À noite, se retirava para um campo fora da cidade onde se ajoelhsvs em uma oração até a manhã. 
Lentamente, as pessoas da cidade observaram sinais de uma santidade que subjazia sua vida aparentemente perturbada: ela mostrou um dom de profecia, e sua própria presença quase sempre provava ser uma benção. O Synaxarion diz: 
"A bênção de Deus parecia acompanhá-la onde quer que ela fosse... Então, a compaixão, em pouco tempo, deu lugar à veneração, e as pessoas geralmente a consideraram como o verdadeiro anjo da guarda da cidade ".

Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Tiago 3:1-10

Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.

Marcos 11:11-23


E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo em redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze. E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto. E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derrubou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não consentia que alguém levasse algum vaso pelo templo. E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões. E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina. E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.

 † † †


COMENTÁRIO

A leitura do Evangelho de hoje faz saltar aos nossos olhos uma faceta de Cristo pouco lembrada e até mesmo negada por muitos cristãos: a severidade e a virilidade, pois geralmente se concebem tais características como incompatíveis com a natureza do amor, principalmente quando este é compreendido única e pragmaticamente numa dimensão romântica.

O ícone denominado “Pantokrator do Sinai” (obra datada do sec. IV e preservada pelo Mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai) chama muita atenção, além de sua beleza, pela estranha pintura dos olhos de Cristo, que nesta tela se apresentam desenhados de formas distintas e assimétricas. Esta disposição faz com que uma de suas faces lhe confira um semblante severo e a outra uma aparência tenra. São os olhares da justiça e da misericórdia, as quais em Cristo não são realidades divergentes, mas convergentes, conforme está escrito no Salmo 84(85): “A misericórdia e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram” (Sl 84:10).

O episódio narrado pelo Evangelista São Marcos da maldição da figueira é uma figuração teológica da nação de Israel, que regada e adubada pelos Patriarcas, por Moisés e todos os Profetas foi encontrada estéril e sem fruto quando o Emanuel lhe veio visitar. Por isto João Batista clamava: “O machado está posto na raiz das árvores e toda árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo”. A observação que são Marcos faz de que não havia frutos na figueira por ainda não ser o tempo de figos, representa a chegada repentina e inesperada do Reino de Deus e do Seu Juízo. A figueira, a oliveira e a videira sempre foram usadas pelos Profetas do Velho Testamento como símbolos de Israel.

O Templo transformado em camelódromo (mercado público) exemplifica a perversão religiosa existente em Israel; e a ação viril de Cristo, o juízo devastador que cairia sobre eles, não ficando “pedra sobre pedra” quando os Romanos devastaram Jerusalém, no ano 70 dc, pondo definitivamente um fim ao culto judaico, fazendo assim, cessar o sacrifício e a possibilidade de perdão, conforme a Antiga Aliança. Assim, São Paulo adverte: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus”. E São Tiago, o irmão do Senhor, no trecho de sua Epístola que hoje lemos, se mostra cuidadoso para que os mestres cristãos não repitam os mesmos erros dos judeus, lembrando que os mestres sofrem juízo mais severo do que os demais e, que a habilidade no falar deve estar conjugada a uma disciplina pessoal capaz de subjugar as paixões que atuam na natureza humana.

Pe. Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Guarda, Senhor, a minha alma, e livra-me; não me deixes abatido, porquanto confio em Ti. Preservem-me a inocência e a retidão, porquanto espero em Ti. Salmo 24:20,21 (25:20,21)

Nenhum comentário:

Postar um comentário