domingo, 16 de junho de 2024

7º Domingo da Páscoa

16 de Junho de 2024 (CC) / 03 de Junho (CE)
Domingo dos Santos Padres do 1º Concílio Ecumênico
São Luciniano e Seus Companheiros:
Claudio, Hipacio, Paulo e Dionísio e Paula († 270)
Tom 6



No sétimo domingo de Páscoa, comemoramos os Santos Padres do Primeiro Concílio Ecumênico.

A comemoração do Primeiro Concílio Ecumênico foi celebrada pela Igreja de Cristo desde os tempos antigos. O Senhor Jesus Cristo deixou para a Igreja uma grande promessa: 

"Eu edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18). 

Embora a Igreja de Cristo na Terra passe por difíceis lutas com o Inimigo da salvação, ela emergirá vitoriosa. Os santos mártires testemunharam a verdade das palavras do Salvador, suportando sofrimento e morte por confessar Cristo, mas a espada do perseguidor é quebrada pela Cruz de Cristo. 
A perseguição aos cristãos cessou durante o quarto século, mas as heresias surgiram dentro da própria Igreja. Uma das mais perniciosas dessas heresias era o arianismo. Ário, sacerdote de Alexandria, era um homem de imenso orgulho e ambição. Ao negar a natureza divina de Jesus Cristo e Sua igualdade com Deus, o Pai, Ário falsamente ensinou que o Salvador não é consubstancial ao Pai, mas é apenas um ser criado.

O ensino de Ário provocou grande tumulto na Igreja. A questão ariana provocou um conflito tão intenso, que o Imperador, Constantino, o Grande, viu que ela já ameaçava a paz interna do Império. Por isto convocou uma grande Assembleia, na qual se reuniria as Igrejas do mundo inteiro, a fim de dar uma solução definitiva à controvérsia ariana. Esta Assembleia Universal fora chamada de “Concílio Ecumênico”.

Em virtude da natureza católica da Igreja, um Concílio Ecumênico é a autoridade suprema da Igreja, e possui a competência para resolver questões importantes da vida da igreja. Um Concílio Ecumênico é composto pela Hierarquia da Igreja (Bispos, Presbíteros e Diáconos), e representantes de todas as Igrejas locais, de todas as terras do "oikumene" (isto é, de todo o mundo habitado).

O Primeiro Concílio Ecumênico foi realizado em Nicéa, na Ásia Menor em 325 dC; e contou com a participação de 318 Santos Padres (Bispos). Este Primeiro Concílio Ecumênico estabeleceu um padrão para todos os Concílios Ecumênicos posteriores. Além da questão do arianismo (que gerou a versão original do Credo Niceno), o Concílio estabeleceu um padrão universal para calcular a data da Páscoa - o Paskálion.

De acordo com a Tradição, o Primeiro Concílio Ecumênico teve início em 20 de maio de 325 dC. No início do ano, já houvera um sínodo em Antioquia, presidido por São Ósios de Córdoba, que condenou o Arianismo.

Ário negava a Divindade de Cristo. O raciocínio por ele desenvolvido era que, “se Jesus nasceu, então, houve tempo em que Ele não existia. Se Ele se tornou Deus, então houve tempo em que Ele não o Era”. O Concílio Ecumênico declarou que o ensino de Ário era uma heresia, inaceitável para a Igreja, e confirmou que Cristo é Deus. Ele é da mesma essência "homoousios" com Deus, o Pai.

Defensores Da Ortodoxia
Santo Atanásio, o Grande (297-373 dC) 
Destemido campeão da Ortodoxia; passou dezesseis dos seus quarenta e cinco anos como Bispo de Alexandria, no exílio. É um dos Mestres mais profundos; e Pai da Igreja. 
São Basílio, o Grande (330-379 dC) 
Um líder natural e organizador. Falou e escreveu contra o Arianismo. Fundou hospitais, orfanatos, agências de assistência social; revisou e atualizou a Divina Liturgia; deu uma grande contribuição ao Monasticismo (oriental e ocidental). É um dos famosos Padres Capadócios (juntamente com São Gregório de Nissa, seu irmão mais novo e São Gregório de Nazianzo, o Teólogo, seu amigo íntimo). Os Capadócios, juntamente com Santo Atanásio, o Grande, estabeleceu o padrão para a formulação das doutrinas relacionadas com o Mistério da Santíssima Trindade. São Basílio o Grande, juntamente com São Gregório de Nazianzo (o Teólogo) e São João Crisóstomo são chamados os Três Hierarcas.
Os primitivos Padres Cristãos dividem-se em três categorias básicas: os Padres Apostólicos, os Padres da Igreja Pré-Nicenos e os Padres da Igreja Pós-Nicenos.

Os Padres da Igreja Apostólica, são os que foram contemporâneos aos Santos Apóstolos, e provavelmente foram ensinados por eles, seguindo a Tradição e ensinando os santos Apóstolos como seus sucessores diretos. Exemplos de Padres Apostólicos seriam: São Clemente e São Policarpo.

Os santos Padres antes da Nicéia são aqueles que vieram depois dos Padres Apostólicos e antes do Concílio Ecumênico de Nicéa em 325 dC. Pessoas como os santos Ireneu e Justino Mártir, são santos Padres Pré-Nicenos.

Os Santos Padres da Igreja pós-Nicena são homens notáveis como São Basílio, o Grande, Santo Atanásio, São Gregório, o Teólogo, São João Crisóstomo, São Jerônimo, Santo Eusébio e outros. 

A Igreja venera os Santos Padres dos Concílios Ecumênicos porque Cristo os estabeleceu como "luzes sobre a terra", guiando-nos à verdadeira Fé. "Adornada com o manto da verdade", a doutrina dos Padres, baseada na pregação dos Apóstolos, estabeleceu uma fé para a Igreja. Os Concílios Ecumênicos, são a mais alta autoridade na Igreja. Esses Consílios, guiados pela graça do Espírito Santo e aceitos pela Igreja, são infalíveis.

As definições conciliares do dogma da Igreja Ortodoxa têm a máxima autoridade, e tais definições sempre começam com a fórmula apostólica: "Pareceu bom ao Espírito Santo e a nós ..." (Atos 15:28). 

Atualidade dos Padres 
O ensinamento Ortodoxo dos santos Padres não é algo de uma era, quer seja "antiga" ou "moderna", transmitida em sucessão ininterrupta desde o tempo de Cristo e de Seus Santos Apóstolos até os dias atuais, porque nunca houve um tempo em que foi necessário descobrir um ensinamento patrístico "perdido". Houve grandes épocas patrísticas, como a época deslumbrante do século IV, e houve períodos de declínio na consciência patrística entre os cristãos Ortodoxos; mas, nunca houve, desde a própria fundação da Igreja de Cristo na terra, uma era na qual a Tradição Patrística não estivesse guiando a Igreja; não houve um só século sem os seus próprios Santos Padres.

Como Cristãos Ortodoxos devemos nos dirigir aos santos Padres da Igreja para nos tornarmos seus discípulos, para receber o ensinamento divino da vida verdadeira, a salvação da alma, mesmo sabendo que fazendo isso perderemos o favor deste mundo e nos tornaremos alijados dele. Veremos que os santos Padres são mais "contemporâneos", na medida em que falam diretamente à luta espiritual do Cristão Ortodoxo hoje, dando respostas às questões cruciais da vida e da morte. Os Santos Padres têm unicamente o objetivo de conduzir-nos, seus filhos espirituais, a Deus e Seu Reino Celestial, onde vamos caminhar e conversar com esses homens angélicos em alegria para sempre.
Comemoração de São Luciano
De acordo com o Menológion do Imperador Basílio, São Luciniano era um sacerdote pagão de Nicomédia, convertido ao cristianismo já em idade avançada, e morreu martirizado. Durante o reinado do Imperador Aureliano, ele foi preso e levado perante o juiz Silvano.

Tendo se recusado a negar Cristo, golpearam-no em seu rosto com pedras, o açoitaram e o arrastaram por uma corda atada em torno de seu pescoço.

Mais tarde foi encarcerado e, na prisão, teve o consolo de encontrar quatro jovens cristãos: Claudio, Hipácio, Paulo e Dionísio, aos quais fortaleceu com tal êxito na fé que, quando estes foram levados perante o tribunal, fizeram uma firme confissão de sua fé.

São Luciniano foi então colocado em um forno quente do qual, contudo, saiu incólume. Por último, os cinco foram enviados para Bizâncio e lá Luciniano foi crucificado e os demais decapitados. Paula, uma cristã que levava alimentos para os mártires na prisão e lhes tratava as feridas, também foi detida, torturada no forno e, finalmente, decapitada. A população de Constantinopla sempre nutriu grande devoção a estes Santos Mártires.

Oração Antes de Ler as Escrituras

Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

MATINAS (10)

João 21:1-14

Fragmento 66 –
Naqueles dias, manifestou-Se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos Seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe: Nós também vamos contigo. Saíram e entraram no barco; e naquela noite nada apanharam. Mas ao romper da manhã, Jesus Se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, não tendes nada que comer? Responderam-Lhe: Não. Disse-lhes Ele: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam puxar por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar; mas os outros discípulos vieram no barquinho, puxando a rede com os peixes, porque não estavam distantes da terra senão cerca de duzentos côvados. Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-Lhe: Quem És Tu? Sabendo que era o Senhor. Chegou Jesus, tomou o pão e lhes deu, e semelhantemente o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos Seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos.

LITURGIA

Tropárion da Ressurreição, no 6º Tom: Vendo os poderes angélicos diante do Teu venerável túmulo, / os guardas ficaram como mortos / e Maria, de pé, junto do sepulcro, / pediu o Teu puríssimo Corpo. / Despojaste o Inferno, sem ser por ele atingido, / e foste ao encontro da Virgem, dando-lhe a vida. / Ó Senhor, ressuscitado dentre os mortos, // glória a Ti!

Tropárion da Ascensão, no 4º Tom: Tu ascendeste em glória, Ó Cristo nosso Deus, / enchendo de júbilo os Teus discípulos com a promessa do Espírito Santo; / e os confirmaste com a Tua bênção, / Ó Tu que És o Filho de Deus, // e o Redentor do mundo.

Tropárion dos Santos Padres, no 8º Tom: Glorificado Es Tu, Ó Cristo nosso Deus, / que estabeleceste nossos santos pais como estrelas luminosas sobre a terra, / e através deles nos guiaste a todos à verdadeira fé. // Ó Tu que És muito Misericordioso, glória a Ti.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ...

Kondákion dos Padres, no 8º Tom: A pregação dos Apóstolos e as doutrinas dos Santos padres / confirmaram a única fé da Igreja. / E vestindo as vestes da verdade, tecidas da teologia do alto, / ela justamente divide e glorifica // o grande mistério da piedade.

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos.

Kondákion da Festa, no 6º Tom: Quando cumpriste a Tua dispensação por nossa causa, / unindo as coisas da terra com os céus, / Tu ascendeste em glória, ó Cristo nosso Deus, / não partindo daqui, mas permanecendo inseparável de nós, / e clamando aos que Te amam: // Eu estou com você, e ninguém será contra você.

Prokímenon, no 4º Tom

R. Quão magníficas sãos as Tuas obras, ó Senhor!
Fizeste com sabedoria todas as coisas. (Sl. 103:24)

V. Bendiz ó minha alma ao Senhor, 
Senhor meu Deus, Tu és infinitamente grande! (Sl. 103:1)

Atos 20:16-18, 28-36

16 Porque Paulo havia determinado passar ao largo de Éfeso, para não se demorar na Ásia; pois se apressava para estar em Jerusalém no dia de Pentecostes, se lhe fosse possível. 17 De Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja. 18 E, tendo eles chegado, disse-lhes: Vós bem sabeis de que modo me tenho portado entre vós sempre, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, 28 Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. 29 Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, 30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. 31 Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós. 32 Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. 33 De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes. 34 Vós mesmos sabeis que estas mãos proveram as minhas necessidades e as dos que estavam comigo. 35 Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber. 36 Havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)

Deus assegura a minha vitória
E me submete os meus adversários.

Salva maravilhosamente Teu servo
E usa de misericórdia com Teu Ungido.

João 17:1-13

Fragmento 56 -
Naqueles dias, Jesus, levantou os olhos ao céu e disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que também o Filho Te glorifique; assim como Lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que Lhe tens dado. E a vida eterna é esta: Que Te conheçam a Ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, Aquele que Tu enviaste. Eu Te glorifiquei na terra, completando a obra que Me deste para fazer. Agora, pois, glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que Eu tinha Contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o Teu Nome aos homens que do mundo Me deste. Eram Teus, e Tu os deste a Mim; e guardaram a Tua palavra. Agora sabem que tudo quanto Me deste provém de Ti, porque Eu lhes dei as palavras que Tu Me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de Ti, e creram que Tu Me enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me tens dado, porque são Teus. Todas as Minhas coisas são Tuas, e as Tuas coisas são Minhas; e neles sou glorificado. Eu não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para Ti. Pai Santo, guarda no Teu Nome àqueles que Me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Enquanto Eu estava com eles no mundo, Eu os guardava em Teu Nome. Tenho guardado àqueles que Tu Me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura pudesse se cumprir. Mas agora vou para Ti; e isto falo no mundo, para que eles tenham a Minha alegria completa em si mesmos".

Zadostoinick

Refrão: Magnifica, ó minha alma, / a Cristo Doador da vida, // Que ascendeu da terra ao céu.

Irmos: Ó tu que és a Mãe de Deus que transcende a mente e a palavra, / que inefavelmente no tempo deu à luz o Eterno, / a ti nós os fiéis, // unânimes, magnificamos.

Canto da Comunhão

Louvai ao Senhor nos céus, louvai-O nas alturas!

Alegrai-vos no Senhor, ó justos;
Pois aos justos convêm o louvor.

Aleluia, Aleluia, Aleluia!


Ao invés de “Vimos a luz verdadeira”, entoa-se o Tropárion da Ascensão.

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