terça-feira, 3 de setembro de 2024

10ª Terça-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
03 de Setembro de 2024 (CC) / 21 de Agosto (CE)
São Tadeu, Apóstolo dos 70 (séc. I); 
S. Mártir Bassa de Edessa 
e seus filhos Theogonius, Agapius e Pistus (Séc. IV).
Venerável Abramius (Abraão) de Smolensk (1220)
Tom 1


O Apóstolo Tadeu era judeu, oriundo da cidade de Edessa. Era de um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras tendo peregrinado por Jerusalém nos tempos do Precursor, São João Batista. Ao escutar as pregações de João e observando a vida angelical que levava o Profeta, ficou tão impressionado que se fez batizar por João.

Entretanto, tendo ouvido os ensinamentos e visto os milagres realizados por Nosso Senhor Jesus Cristo, logo passou a segui-Lo. Depois da Ascensão de Nosso Senhor, retornou para a sua cidade natal, Edessa, curando muitos enfermos de lepra e, iluminando com a palavra da verdade, edificou igrejas na Síria chegando até Beirute. Nesta cidade, com a graça de Deus, Tadeu ensinou o Evangelho e batizou a muitas pessoas.

Finalmente, entregou sua alma a Deus em paz, depois de ter aplicado fielmente em sua vida o mandamento dado por Nosso Senhor Jesus Cristo aos Apóstolos:
«Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.  Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo». (Mt 28,19-20). 
Comemoração da Santa Mártir Bassa e Dos Seus Filhos Theognios, Agapios e Pistos 
A Santa Mártir Bassa e seus filhos Theognios, Agapios e Pistos, viviam na cidade de Edessa, Macedônia, e era casada com um sacerdote pagão. Desde a infância foi criada na fé cristã, a qual transmitiu aos filhos. 
Durante o tempo do Imperador Maximianus Galerius (305-311), o marido de Bassa denunciou ao Governador sua esposa e filhos. Todos eles, apesar das ameaças, recusaram-se a oferecer sacrifícios a ídolos. O filho mais velho, Theognios, foi perfurado com garras de ferro. Agapios, teve a pele esfolada da cabeça ao peito, mas o mártir não emitiu nenhum som. Depois, passara a torturar o filho mais novo, Pistos. A mãe não hesitou em encorajá-los a suportar o sofrimento por Cristo. Em seguida, eles decapitaram os rapazes. (Segundo uma tradição, os três irmãos martirizados sofreram em Edessa, na Macedônia; conforme outra - em Larissa, na Tessália, sua terra natal). 
Santa Bassa foi presa sem direito a alimentação, mas um anjo a fortaleceu com comida celestial. Sob torturas sucessivas, permaneceu ilesa ao fogo, a água e às feras. Quando a levaram a um templo pagão, Bassa quebrou a estátua de Zeus. Então, eles jogaram a mártir em um redemoinho no mar. Mas, para surpresa de todos, um navio subiu e três homens reluzentes a puxaram (o Monge Nikodemos da Montanha Sagrada sugeriu que eram seus filhos, martirizados antes). Após 8 dias, Santa Bassa veio de navio até o Governador da ilha de Alona, ​​não muito longe de Kyzika, no Mar Prepontid ou Marmora. Depois de uma surra com bengalas, eles a decapitaram.
Sabe-se que por volta do ano 450 já existia na Calcedônia uma igreja em homenagem à santa Mártir Bassa.
O Monge Abramius (Abraão) de Smolensk
O Monge Abramius (Abraão) de Smolensk, era um pregador do arrependimento e do iminente Temível Juízo Final; nascido em meados do século XII em Smolensk de pais ricos, que antes dele tiveram 12 filhas, e imploraram a Deus por um filho. Desde a infância cresceu no temor de Deus, ia muitas vezes à igreja e tinha a oportunidade de ler livros. Os pais esperavam que o seu único filho se casasse e continuasse a sua ilustre linhagem, mas ele procurava uma vida diferente. Após a morte dos pais, tendo doado todos os seus bens aos mosteiros, às igrejas e aos indigentes, o santo caminhou pela cidade em farrapos, suplicando a Deus que lhe mostrasse o caminho da salvação.
 
Abramius aceitou a tonsura no Mosteiro da Santíssima Mãe de Deus, a cinco verstas de Smolensk, na localidade de Selischa. Depois de passar por várias obediências ali, o monge ocupou-se fervorosamente com a cópia de livros, extraindo deles riquezas espirituais. O príncipe de Smolensk, Roman Rostislavich (†1170) fundou uma escola na cidade, onde ensinavam não só em eslavo, mas também em livros gregos e latinos. O próprio príncipe possuía uma grande coleção de livros, da qual o Monge Abramius fazia uso. Abramius vivera a vida ascética por mais de 30 anos no mosteiro, quando no ano de 1198 o higúmeno o convenceu a aceitar a dignidade de presbítero. Todos os dias Abramius celebrava a Divina Liturgia e cumpria a obediência do clero não só para os irmãos, mas também para os leigos.
Logo o monge tornou-se amplamente conhecido. Isso despertou a inveja dos irmãos, e depois também do abade, e 5 anos depois o monge foi obrigado a se transferir para o mosteiro da Exaltação da Cruz, em Smolensk. Com as oferendas dos devotos embelezou a igreja catedral do pobre mosteiro com ícones, cortinas e castiçais. Ele próprio escreveu dois ícones sobre temas que mais lhe interessavam; num deles representava o Temível Juízo Final e, no outro, o sofrimento das provações da vida. Magro e pálido devido ao trabalho extremo, o asceta em trajes sacerdotais lembrava em aparência São Basílio, o Grande. O santo era rigoroso consigo mesmo e com seus filhos espirituais. Ele pregava constantemente na igreja e para aqueles que vinham até ele em sua cela, conversando tanto com ricos quanto com pobres.
Os notáveis ​​da cidade e o clero exigiram do bispo Inácio que levasse o monge a julgamento, acusando-o de sedução de mulheres e de tentação de seus filhos espirituais. Mas ainda mais terríveis foram as acusações contra ele de heresia e de leitura de livros proibidos. Para isso propuseram afogar ou queimar o asceta. No julgamento do príncipe e do bispo, o monge respondeu a todas as falsas acusações, mas, apesar disso, proibiram-no de servir como sacerdote e devolveram-no ao seu antigo mosteiro em honra da Santíssima Mãe de Deus. Uma terrível seca ocorreu em consequência da ira de Deus sobre a sentença injusta, e somente quando Santo Inácio concedeu o perdão ao Monge Abramius, permitindo-lhe servir e pregar, é que a chuva caiu novamente nas terras de Smolensk.
O bispo Santo Inácio construiu um novo mosteiro, em homenagem à Colocação do Manto da Santíssima Mãe de Deus, e confiou a orientação do mesmo ao Monge Abramius, e ele próprio se instalou nele, tendo se aposentado por idade na diocese. Muitos desejavam entrar sob a orientação do Monge Abramius, mas ele os examinou intensamente e somente após grande investigação, de modo que em seu mosteiro havia apenas 17 irmãos. O Monge Abramius, após a morte de Santo Inácio, tendo-se tornado seu amigo espiritual, - ainda mais do que antes, exortou os irmãos a relembrar a morte e a rezar dia e noite, para que não fossem condenados no Julgamento por Deus.
O Monge Abramius morreu após o ano de 1224, tendo passado 50 anos no monaquismo. Já no final do século XIII foi compilado um serviço para ele, juntamente com seu aluno, o Monge Efrém. A terrível invasão mongol-tártara, vista como a ira de Deus pelo pecado, não só não sufocou a memória do Monge Abramius de Smolensk, mas foi um lembrete às pessoas de seu chamado ao arrependimento e à lembrança do terrível Juízo Final.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 15:29-38

Fragmento 161 - Irmãos, outra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que então se batizam por eles? E por que nos expomos também nós a perigos a toda hora? Eu vos declaro, irmãos, pela glória que de vós tenho em Cristo Jesus nosso Senhor, que morro todos os dias. Se, como homem, combati em Éfeso com as feras, que me aproveita isso? Se os mortos não são ressuscitados, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes. Acordai para a justiça e não pequeis mais; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa. Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E com que qualidade de corpo vêm? Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. Mas Deus lhe dá um corpo como lhe aprouve, e a cada uma das sementes um corpo próprio.
Acerca do batismo pelos mortos, muitos intérpretes entendem que era uma espécie de batismo vicário que os cristãos batizados faziam pelos catecúmenos falecidos.  Contudo, não existe na Santa Tradição nenhuma referência sobre a pratica de batismo pelos mortos nas santas Igrejas de Deus. São João Crisóstomo dizia que a referência de São Paulo a este costume, nada mais era do que um comentário irônico sobre as práticas dos hereges marcionitas. Epiphanius diz que se refere a um costume dos seguidores de Cerinthus, outro mestre gnóstico, além de Marcião. 
Como os mortos ressuscitarão? Como é o corpo da ressurreição?  O presente corpo é apenas uma semente (v. 38) do corpo que virá.

Mateus 21:23-27

Fragmento em 85 - Naquele tempo, Jesus entrara no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se d’Ele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes Tu estas coisas? E quem Te deu tal autoridade? Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se me responderes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João, donde era? Do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, Ele nos dirá: Então por que não o crestes? Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como profeta. Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe Ele: Nem Eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.
Como Cristo não era um sacerdote levítico, os principais sacerdotes, os anciãos O inquirem sobre Sua autoridade para purificar o templo. Como Cristo tem o cuidado de não se revelar àqueles farsantes, Ele os confunde com uma pergunta sobre a autoridade de João Batista. Tanto a pergunta dos anciãos quanto a pergunta de Cristo exigem a mesma resposta e, portanto, levariam uma pessoa a confessar que Jesus veio do céu. Ao não responder diretamente a eles, Cristo ensina que não devemos responder às pessoas que trazem perguntas sobre coisas santas com intenção maliciosa. 

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