segunda-feira, 16 de setembro de 2024

13ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

16 de Setembro de 2024 (CC) / 03 de Setembro (CE)
Hieromártir Anthymos, Bispo de Nicomedia e todos seus companheiros de martírio: 
Ss. Mártires Theophilus, diácono, Dorotheos, Mardonius, Migdonius, Pedro, Indes, Gorgonius, Zeno, a Virgem Domna e Euthymius († 302).
S. Eumênio, bispo de Gortina (séc. II ou III).
Tom 3



O Sacerdote Mártir Anthymos, Bispo de Nicomédia, e os Mártires com ele padeceram durante o tempo da perseguição contra os cristãos sob os Imperadores Diocleciano (284-305) e Maximiano (284-305).
 
A perseguição aos cristãos tornou-se particularmente intensa após a ocorrência de uma conflagração na corte imperial em Nicomédia. Os pagãos acusaram os cristãos de atearem fogo e reagiram contra eles com terrível ferocidade. Assim, somente em Nicomédia, no dia da Natividade de Cristo, em uma igreja, cerca de vinte mil cristãos foram queimados. 
Mas essa monstruosa desumanidade não assustou os cristãos; eles confessaram firmemente sua fé e aceitaram a morte de um mártir por Cristo. E assim, durante esse período de sofrimentos, morreram os Santos Doroteu, Mardônio, Migdônio, Pedro, Índiso e Gorgônio. Um deles foi decapitado pela espada, outros pereceram queimando, outros enterrados vivos ou foram afogados no mar. Zinon, um soldado, por sua ousada denúncia do Imperador Maximiano foi apedrejado e depois decapitado. Também pereceu nas mãos dos pagãos a santa Virgem-Mártir Domna – uma ex-sacerdotisa pagã, e também Santo Eutímio, por causa de sua preocupação de que os corpos dos santos mártires fossem enterrados. 
O bispo Anthymos, que chefiava a Igreja de Nicomédia, a pedido de seu rebanho, se escondeu em uma aldeia não muito longe de Nicomédia. De lá, ele enviou missivas aos cristãos, instando-os a se apegarem firmemente à santa fé e a não temerem torturas. Uma de suas cartas, despachada com o Diácono Teófilo, foi interceptada e entregue ao Imperador Maximiano. Teófilo foi submetido a interrogatório e morreu sob tortura, sem revelar aos seus torturadores o paradeiro do bispo Anthymos. Mas depois de um certo tempo Maximiano conseguiu descobrir onde Santo Anthymos estava situado e enviou um destacamento de soldados atrás dele. O próprio Bispo os encontrou ao longo do caminho. Os soldados não reconheceram a identidade do santo. Ele os convidou para se juntarem a ele e lhes ofereceu uma refeição, após o que revelou que era ele quem eles estavam procurando. Os soldados não sabiam o que fazer neste caso; na verdade, eles queriam deixá-lo em paz e dizer ao imperador que não o haviam encontrado. O bispo Anthymos não era de tolerar mentiras, e por isso ele não consentiria com isso. Os próprios soldados passaram a acreditar em Cristo e aceitaram o santo Batismo. Mas em meio a tudo isso, o santo, no entanto, exigiu que eles cumprissem as ordens do Imperador. Quando o bispo Anthymos foi levado perante o imperador, o imperador deu ordens para que os instrumentos de execução fossem trazidos e colocados diante dele. 
"Para que me mostras estes instrumentos de tormentos, para me atemorizar?" Perguntou o Santo. "Que os temam aqueles para quem a vida é só prazer, e que veem a privação como uma grande perda. Para mim, porém, e para os cristãos, isto não representa nenhuma dificuldade. Meu corpo é precário, provisório e grotesco; só tem valor se é santificado por Cristo e quando dá sua vida por Cristo". 
O Imperador então ordenou que o santo fosse ferozmente torturado e decapitado pela espada. O bispo Anthymos até seu último suspiro com alegria glorificou a Deus, por Quem ele havia sido dignado a sofrer (†302). Outro relato dos Mártires de Nicomédia o situa em 28 de dezembro. 
Tropárion do Hieromártir Anthymos, no 4º Tom: Assim como compartilhaste os caminhos dos apóstolos / e ocupaste o trono deles, / encontraste tua atividade como uma passagem para a visão divina, / ó divinamente inspirado. / Portanto, ordenando a palavra da verdade, / sofreste pela Fé até o derramamento de teu sangue. // Ó hieromártir Anthimus, implora a Cristo Deus, que nossas almas sejam salvas. 
Kondákion do Hieromártir no 4º Tom: Tendo vivido piedosamente entre os sacerdotes e terminado o caminho do martírio,/ extinguiste as imolações dos idólatras,/ sendo um campeão para teu rebanho, ó divinamente sábio./ Portanto, agora te honra, clamando misticamente: // Por tuas súplicas livra-nos dos infortúnios, ó sempre memorável Anthimus. 
Leituras Bíblicas
Hebreus 13:7-16
João 10:9-16

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 8:7-15

7 Ora, assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso amor para conosco, vede que também nesta graça abundeis. 8 Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a sinceridade de vosso amor; 9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos. 10 E nisto dou o meu parecer; pois isto vos convém a vós que primeiro começastes, desde o ano passado, não só a participar mas também a querer; 11 agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o que tendes. 12 Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem. 13 Pois digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós, 14 mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade; 15 como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.

Marcos 3:6-12

6 E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem. 7 Jesus, porém, se retirou com os seus discípulos para a beira do mar; e uma grande multidão dos da Galileia o seguiu; também da Judéia, 8 e de Jerusalém, da Iduméia e de além do Jordão, e das regiões de Tiro e de Sidom, grandes multidões, ouvindo falar de tudo quanto fazia, vieram ter com ele. 9 Recomendou, pois, a seus discípulos que se lhe preparasse um barquinho, por causa da multidão, para que não o apertasse; 10 porque tinha curado a muitos, de modo que todos quantos tinham algum mal arrojavam-se a ele para lhe tocarem. 11 E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. 12 E ele lhes advertia com insistência que não o dessem a conhecer. 

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COMENTÁRIO

A caridade é a mais preciosa das virtudes cristãs: “Se eu não tiver amor, nada disso me aproveitaria” (1 Cor 13). Caridade não é esmola, é doação de si. É a palavra portuguesa que mais se aproxima da ideia do termo grego “ágape” (amor). Ela não é apenas um sentimento, é uma ação. Paulo estimula a Igreja de Corinto à prática da caridade, que deverá ser abundante naquela Igreja tanto quanto estava sendo abundante a fé e a ciência deles. Cristo é o maior exemplo de caridade: sendo rico se fez pobre por amor de nós.

Assim, São Marcos nesta passagem nos mostra o quanto ele se doou para os portadores de todos os tipos de necessidades. O Reino de Deus não é um mistério restrito à interioridade do ser, encerrado na oração e na adoração interior. Se o coração ímpio exterioriza seu interior (maledicências, impurezas, avarezas, cobiças e etc), também o coração justo exterioriza sua justiça, pois cada árvore produz fruto de acordo com sua natureza. Os santos Padres do deserto para lá se retiraram em busca da cura de suas almas, e por isto menos, não negligenciavam os pobres e desvalidos. Sendo pobres, enriqueciam a muitos com seus conhecimentos, e com seus trabalhos manuais ajudavam os famintos e doentes.

Devemos vigiar o nosso coração para que a fé que alimentamos e desenvolvemos não se transforme numa ação egoísta, espiritualmente confortável e socialmente agradável.

Com o frenesi da vida hodierna, onde o stress parece carcomer nossa existência, estas palavras podem soar como um sobrepeso, como mais uma responsabilidade que se acrescenta às demais para aumentar as pressões que vivemos. A caridade não se apresenta como um peso, pois o santo Apóstolo sabiamente observa que as ações caritativas devem ser “segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem"(v.12). Não devemos entender a caridade como messianismo de nossa parte, uma vocação para heróis. Esta é uma dimensão egóica, fruto de vaidade e do desejo de reconhecimento e de se destacar dos demais.

Quando a Fé nos estimula à solidariedade, não está falando do distante, do que temos acesso somente de maneira virtual, do pobre idealizado, das vítimas distantes de catástrofes, de aldeias longínquas ou de culturas inóspitas, pois isto faria da caridade um ato circunstancial e dissociado.  Há pessoas com todos os tipos de necessidades bem próximas de nós e que muitas vezes não demanda tantos esforços para lhes sermos propícios. A caridade nada mais é do que solidariedade, se por no lugar do outro que está diante de nós. Para que a caridade de Cristo seja manifesta em nós, basta pormos toda a diligência em cumprir seu ensinamento que nos diz: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.” (Mt 7:12).

Padre Mateus (Antonio Eça)

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ORAÇÃO

Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer! A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo. Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça; pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.

Salmo 111(112)

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