30 de Setembro de 2024 (CC) / 17 de Setembro (CE)
Pós-festa da Exaltação da Cruz
Ss. Mártires Sofia e suas três filhas: Fé, Esperança e Caridade († c. 130)
Tom 5
Santa Sofia, nobre matrona romana cujo nome significa «Sabedoria Divina» teve por filhas as três virgens: «Fé, Esperança e Caridade,» nomes estes que ela escolheu no batismo pelo amor que dedicava a essas virtudes cristãs. Santa Sofia buscou sempre a perfeição evangélica, sendo agraciada por Deus com o dom de contemplar as grandezas celestiais, educando suas filhas num reto amor pelas virtudes, numa época de intensas perseguições ao Cristianismo, por volta do século 130 d.C., sendo discípulas incondicionais de nosso Senhor Jesus Cristo, viveram na época da perseguição do Imperador Romano Adriano e seu prefeito Antíoco, que martirizou as filhas em presença de sua mãe, visto que estas pregavam por toda cidade de Roma e arredores a mensagem do crucificado. Santa Sofia, cuja fé e fortaleza eram inabaláveis, animava suas filhas a perseverarem na virtude mesmo diante dos bárbaros tormentos que lhe foram infligidos pelo Imperador, que fazendo sofrer as filhas, tencionava fazer Sofia renegar sua fé cristã.
Santa Fé foi a primeira martirizada, sendo despida, atada de mãos e pés, cruelmente chicoteada tendo seus cotovelos e tornozelos esmagados à marteladas, em meio aos sorrisos e injúrias do Imperador. Sua irmã, Santa Esperança, também despida, foi lançada lentamente numa caldeira de betume derretido e por fim, Santa Caridade, de apenas 9 (nove) anos de idade, foi decapitada, seu corpo retalhado e lançado ao fogo.
Santa Sofia, a tudo assistiu, elevando os olhos ao céu na certeza de que suas filhas já contemplavam a visão beatífica concedida aos mártires da fé, consumida pela dor, continuou sua vida de intensas penitências e virtudes exemplares, arrastando milhares de pessoas ao Cristianismo, nem mesmo a violência e a tirania contra os cristãos faziam-na desistir. Estava, também, disposta a dar sua vida por Cristo Rei, por sua Igreja. Por amor a Jesus Cristo, a Santa perdeu seus bens, sua liberdade e a própria família.
Dois meses se passaram em completa agonia, quando Jesus, o Grande Mestre, sentindo piedade de sua serva fiel a fez tombar sem vida sobre o túmulo de suas filhas. Ali estava encerrada a vida desta heroína da Cruz, entrava agora na glória eterna acompanhada dos anjos em festa, recebendo do Senhor singulares dons, entre os quais o de curar pústulas venenosas, enfermidades e toda sorte de males. Em resumo, sua vida é modelo de fé e de virtudes colocadas em prática.
A santa e venerável Sofia faleceu aos 30 de setembro do ano 130, em cujo dia voou a mansão celestial, tornando-se uma das santas mais populares na Igreja Ortodoxa, sendo à ela dedicada a magnífica Basílica de Santa Sofia em Constantinopla (Istambul na atual Turquia), hoje dominada pelos muçulmanos que a transformaram em museu nacional. Seu Santuário na Itália localiza-se na cidade de Poderia-Salerno, e no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Cosmos, Igreja esta construída pelo então comendador Serafim, grande devoto desta santa.
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Gálatas 2:11-16
Fragmento 202 - Irmãos, quando Pedro veio a Antioquia, eu o confrontei pessoalmente, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus, tal como ele, também, se portaram hipocritamente, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia dele. Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do Evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da Lei; porquanto pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada.
Fragmento 202 - Irmãos, quando Pedro veio a Antioquia, eu o confrontei pessoalmente, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus, tal como ele, também, se portaram hipocritamente, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia dele. Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do Evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da Lei; porquanto pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada.
COMENTÁRIO
«Temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo...»
O texto diz: «Pela de Cristo»; não diz «pela fé em Cristo». A fé de Cristo é o Evangelho. Assim como a fonte das obras é a Lei, a fonte da Fé é Cristo. É a fé de Cristo, ou seja, Suas crenças, Sua confiança, Sua obediência - que nos justifica, não a nossa fé como tal. A Fé de Cristo pode ser vista em toda a Sua vida na Terra e não apenas em algumas de suas obras cruciais. Ver artigo sobre Justificação Pela Fé.
Lucas 3:19-22
Fragmento 10 - Naquela época, Herodes, o Tetrarca, tendo sido repreendido por João, por causa de Herodias, esposa de seu irmão, e por todas as perversidades que ele praticou, acrescentou ainda mais esta: A de mandar aprisionar João. E na ocasião em que o povo era batizado, Jesus também foi batizado, e ao orar, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu em forma corporal, como uma pomba, sobre Ele, e uma voz do céu soou:
“Tu És o Meu Filho Amado, em Ti Eu tenho contentamento.”
ENSINO DOS SANTOS PADRES
“Minhas lágrimas e minha penitência têm sido para mim como o batismo”
A sogra de Pedro estava recostada com febre. Oxalá venha e entre em nossa casa o Senhor e com uma ordem sua cure as febres de nossos pecados! Porque todos nós temos febre. Tenho febre, por exemplo, quando me deixo levar pela ira. Existem tantas febres como vícios. Por isso, peçamos aos apóstolos que intercedam frente a Jesus, para que venha a nós e segure nossa mão, porque se ele segura a nossa mão, a febre foge em um instante. Ele é um médico nobre, o verdadeiro protomédico. Médico foi Moisés, médico Isaías, médicos todos os santos, mas este é o protomédico. Sabe tocar sabiamente as veias e perscrutar os segredos das enfermidades.
Ele não toca o ouvido, não toca a fronte, não toca nenhuma outra parte do corpo, mas a mão. Tinha a febre, porque não possuía boas obras. Em primeiro lugar, portanto, tem que curar as obras, e logo remover a febre. A febre não pode fugir se não são curadas as obras. Quando nossa mão possui más obras, jazemos no leito, sem podermos levantar, sem poder andar, pois estamos totalmente consumidos na enfermidade.
E aproximando-se daquela que estava enferma. Ela mesma não pôde levantar-se, pois jazia no leito, e, portanto, não pôde sair ao encontro do que vinha. Porém, este médico misericordioso, ele mesmo acode ao leito; aquele que tinha levado sob os seus ombros a ovelhinha enferma, ele mesmo acorre ao leito. E aproximando-se... Sobretudo se aproxima, e o faz para curá-la. E aproximando-se... Observa o que ele diz. É como dizer: seria suficiente sair-me ao encontro, achegar-te à porta e receber-me, para que tua saúde não fosse somente obra de minha misericórdia, mas também de tua vontade. Porém, já que te encontras oprimida pelas altas febres e não pode levantar-se, eu mesmo venho a ti.
E aproximando-se, a levantou. Visto que ela mesma não podia levantar-se, é segurada pelo Senhor. Ele a levantou, tomando-a na mão. Segurou-a precisamente na mão. Também Pedro, quando perigava no mar e afundava, foi agarrado na mão e erguido. E levantou-a tomando-a pela mão. Com sua mão o Senhor tomou a mão dela. Ó feliz amizade, ó formoso afago! Levantou-a segurando-a na mão: com sua mão curou a mão dela. Segurou sua mão como um médico, tomou o pulso, comprovou a intensidade das febres, ele mesmo, que é médico e medicina ao mesmo tempo.
Jesus a toca e a febre foge. Que ele toque também a nossa mão, para que nossas obras sejam purificadas, que ele entre em nossa casa: por fim, levantemo-nos do leito, não permaneçamos abatidos. Jesus está de pé frente ao nosso leito, e nós permanecemos deitados? Levantemo-nos e fiquemos de pé: é para nós uma vergonha que estejamos recostados diante de Jesus. Alguém poderá dizer: Onde está Jesus? Jesus está aqui agora. No meio de vós, diz o Evangelho, está alguém a quem não conheceis. O Reino de Deus está no meio de vós. Creiamos e vejamos que Jesus está presente. Se não podemos tocar sua mão, prostremo-nos aos seus pés. Se não podemos chegar a sua cabeça, ao menos lavemos seus pés com nossas lágrimas. Nossa penitência é unguento do Salvador. Vede quão grande é a sua misericórdia. Nossos pecados fedem, são podridão e, contudo, se fazemos penitência pelos pecados, se os choramos, nossos pútridos pecados se convertem em unguento do Senhor. Peçamos, portanto, ao Senhor, que nos tome pela mão.
E no mesmo instante, afirma, a febre a deixou. Apenas a segura pela mão e a febre a deixa. Observa o que segue: No mesmo instante a febre a deixou. Tem esperança, pecador, contanto que te levantes do leito. O mesmo ocorreu com o santo Davi, que tinha pecado, deitado na cama com a mulher de Urias o hitita, sentindo a febre do adultério, depois que o Senhor o curou, depois de ter dito: Tem piedade de mim, ó Deus, por tua grande misericórdia, assim como: Contra ti, só contra ti pequei, cometi o mal aos teus olhos. Livra-me do sangue, ó Deus, Deus meu... Porque ele tinha derramado o sangue de Urias, ao ter ordenado derramá-lo. Disse: livra-me do sangue, ó Deus, Deus meu, e renova o meu espírito em meu interior. Observa o que diz: Renova. Porque no tempo em que cometi o adultério e perpetrei o adultério e o homicídio, o Espírito Santo envelheceu em mim. E o que mais ele diz? Lava-me e ficarei mais branco do que a neve. Porque me lavaste com minhas lágrimas. Minhas lágrimas e minha penitência têm sido para mim como o batismo. Observa, então, de então, de penitente em que se converte. Fez penitência e chorou, por isso foi purificado. O que acontece em seguida? Ensinarei aos iníquos teus caminhos e os pecadores voltarão a ti. De penitente se tornou mestre.
Por que disse tudo isto? Porque aqui está escrito: E no mesmo instante a febre a deixou e se pôs a servir-lhes. Não basta que a febre a deixasse, mas também se levanta para o serviço de Cristo. E se pôs a servir-lhes. Servia-lhes com os pés, com as mãos, corria de um lugar ao outro, venerava ao que lhe tinha curado. Sirvamos também nós a Jesus. Ele acolhe com gosto o nosso serviço, mesmo que tenhamos as mãos manchadas: ele se digna olhar aquele que curou, porque ele mesmo o curou. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
São Jerônimo, doutor da Igreja (séc. V)
Fonte: Lecionário Patrístico
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