quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Véspera da Natividade do Senhor

06 de Janeiro de 2021 (CC) 24 de Dezembro de 2020 (CE)
S. Eugênia, mártir, e com ela os Mártires Philip seu pai, 
Protus, Jacinto (Jacinth), Basilla, e Claudia (†262); 
Novo Hieromartyr Innocentius (1928); 
Novo Hieromartyr Sérgio sacerdote (1942);
Venerável Nicholas o Monge da Bulgária (9º c.);
Venerável Antioquia, monge da Palestina (635), e São Vitimionus de Scete;
Novo Mártir Achmed (Ahmet) o Calígrafo (ou Arquiteto) de Constantinopla [1682 (grego)];
Venerável Aphrodisius, monge da Palestina (6º c.).
Jejum da Natividade  
Tom 5



Santa Eugênia era filha de uma distinta família de nobres e tinha dois irmãos: Abita e Sérgio. Seus pais se chamavam Felipe e Claudia. Felipe era prefeito de Roma e logo foi transferido paxra Alexandria com toda a sua família. Em Alexandria, Eugênia teve a possibilidade de conhecer e aprender a fé cristã, em particular, quando encontrou nas mãos de uma menina as epístolas de São Paulo. Ao ler as escrituras comentou: 
"Aqui dentro não existem teorias filosóficas de adoração. Destas escrituras emanam vida e esperança". 
Neste tempo seus pais haviam comprometido Eugênia em casamento com um romano da alta sociedade, porém ela não queria assumir este compromisso. Então, fazendo-se acompanhar de dois servos, Protas e Jacinto, partiu à noite e em segredo de Alexandria. Vestindo-se com trajes masculinos e fazendo-se passar por eunuco, assumiu o nome de "Eugênio", e entrou para a vida monástica num mosteiro masculino. 
Depois de vários anos, viajou para o seu lugar para visitar, em sua casa, sua família. Seus pais a receberam em lágrimas e a abraçaram. Prontamente, toda sua família se converteu ao cristianismo. O pai de Eugênia foi mortalmente ferido pelos idólatras que o odiavam. Santa Eugênia foi trasladada para Roma onde, por renunciar a oferecer sacrifícios aos ídolos, ela e seu pai foram decapitados, nos tempos do reinado de Commodus (180-192).


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORAS REAIS

Hora Prima: 
Hebreus 1:1-2; Mateus 1:18-25

Hora Tércia: 
Gálatas 3:23-29; Lucas 2:1-20

Hora Sexta: 
Hebreus 1:10-2:3;  Mateus 2:1-12

Hora Nona: 
Hebreus 2:11-18; Mateus 2:13-23

LITURGIA

Hebreus 1:1-12 

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz:E todos os anjos de Deus o adorem. E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiuCom óleo de alegria mais do que a teus companheiros. E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.

Lucas 2:1-20

E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens. E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; e todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam. Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração. E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.

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HOMILIA

“Ó Deus, Que Os Povos Te Louvem!”


"Que Deus resplandeça sua face sobre nós e tenha piedade de nós". Nós necessitamos a bênção de Deus para que Sua face nos ilumine, para que a luz de Seu conhecimento irradie-se sobre nossos corações obscurecidos, para que o espírito de Sua majestade dissipe a obscuridade de nosso entendimento, e assim possamos gloriar-nos dizendo:

"Brilhe sobre nós, Senhor, a luz de Tua face".

Esta iluminação de Sua face sobre nós é dom de Sua misericórdia, misericórdia esta que iniciou Sua obra em nós com a remissão dos pecados. As palavras que seguem depois nos esclarecem o porquê se pede a iluminação da face de Deus sobre nós.

"Para que conheçamos na terra os Teus caminhos e em todos os povos a Tua salvação". 

Segundo a correta versão grega, pedimos para ser iluminados pela face de Deus para que seja conhecido na terra o Seu caminho, que é o ensinamento da vida religiosa: por ela, de fato, caminha-se até Deus. E o ensinamento da vida religiosa É Cristo. Nos evangelhos Ele mesmo Se identifica com esse ensinamento ao dizer: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". E novamente: "Ninguém vai ao Pai a não ser por mim".

Que Jesus seja o Salvador, basta analisar o significado do vocábulo para percebê-lo, pois em hebraico Jesus significa “Salvador”. A confirmação desta afirmação a temos no que diz o anjo ao falar com José sobre Maria:

"Dará à luz um Filho, e lhe porás por nome Jesus, porque ele salvará a seu povo de seus pecados".

Portanto, o anjo afirma que a razão pela qual se deve nomeá-lo de Jesus é porque ele está chamado a ser o Salvador do povo. Os apóstolos se confessam incapazes de pregar a mensagem evangélica se não são iluminados, se não irradiam um pouco do esplendor da Face do Senhor. Pois, segundo o Evangelho, também eles são luz do mundo.

Porém, o Senhor É a Luz verdadeira que ilumina a apóstolos e profetas para que também eles possam ser luz. A toda esta pregação profética e apostólica deve seguir o louvor dos povos e a alegria pela remissão dos pecados; e não somente pela remissão dos pecados, mas também pela certeza de que o mesmo que perdoou os pecados julgará aos povos com equidade, e conduzirá pelo caminho da vida a todas as nações da terra que, abandonando o erro da idolatria, são instruídas no conhecimento de Deus. Por isso acrescenta o salmista:

"Ó Deus, que te louvem as nações, que todos os povos te louvem, porque reges o mundo com justiça e governas as nações da terra."

A expressão “que os povos Te louvem” parece designar aos crentes ou aos que no futuro crerão procedentes das doze tribos de Israel, enquanto que as palavras “que todos os povos te louvem” não exclui povo algum. O texto “cantam de alegria as nações, porque rege o mundo com justiça e governa as nações da terra” indica como causa da alegria a esperança do juízo eterno e o ingresso das nações no caminho da vida.

Santo Hilário, Bispo de Poitiers (séc. IV)
Tratado sobre o Salmo 66,3-5

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