Santa Eufêmia é comemorada em 16 de setembro, dia em que foi martirizado. Neste dia, no entanto, é comemorado o milagre concernente a suas ilustres relíquias, operado por ocasião do Quarto Concílio Ecumênico, em Calcedônia. Este Concílio foi convocada durante o reinado do Imperador Marciano e da Imperatriz Pulquéria, no ano 451, após a morte do Imperador Teodósio, o Jovem.
A razão para a convocação deste Concílio foi a heresia de Dióscoro, o Patriarca de Alexandria e Eutiques, um Arquimandrita de Constantinopla, que espalharam o falso ensino que, em Cristo, o Senhor, não havia duas naturezas, a Divina e a humana, mas apenas uma: A natureza Divina.
Neste Concílio, Anatólio, o Patriarca de Constantinopla, e Juvenal, Patriarca de Jerusalém, desempenharam os papéis mais importantes. Quando os argumentos e testemunhos de ambos os lados chegaram a um impasse, o Patriarca Anatólio propôs que os ortodoxos e os heterodoxos escrevessem suas confissões de fé e, em seguida, as colocassem no sarcófago onde as relíquias de Santa Eufêmia repousava. Todos concordaram com isso. Portanto, as duas confissões de fé foram escritas e colocadas no seio da grande mártir do sexo feminino. O sarcófago foi fechado, selado com o selo do Imperador e guardas militares foram nomeados. Todos eles passaram três dias em oração e jejum. Quando abriram o sarcófago no quarto dia, viram a confissão da fé ortodoxa na mão direita da santa e a confissão de fé heterodoxa sob seus pés. Assim, a disputa, foi decidida, pelo poder de Deus, em favor da ortodoxia.
Durante o reinado do imperador Heráclito, as relíquias de Santa Eufêmia foram trazidas de Calcedônia a Constantinopla, para a igreja que lhe fora dedicada, perto do Hipódromo. O Imperador iconoclasta, Leão Isauriano, ordenou que estas relíquias fossem atiradas ao mar, mas, de uma forma milagrosa, o sarcófago foi levado para a ilha de Lemnos e colocado na igreja do Glicéria, a grande mártir do sexo feminino. Porém, no reinado da Imperatriz Irene, o sarcófago com as relíquias de Santa Eufêmia retornou a Constantinopla e ao seu antigo lugar. O sangue que dessas relíquias de tempos em tempos fluía, ajudava àqueles que estavam doentes ou na miséria.
Tropário - Modo 3
Tu trouxeste alegria para os ortodoxos
e vergonha para os defensores da heresia,
Pois confirmaste o que os Padres do Quarto Concílio ensinavam corretamente.
Ó gloriosa Mártir Eufêmia, virgem justa de Cristo,
Roga a Cristo, nosso Deus, que nos conceda a Sua grande misericórdia.
Leituras Comemorativas
2 Coríntios 6:1-10
Lucas 7:36-50
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
1 Coríntios 2:9-3:8
Mateus 13:31-36
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ENSINO DOS SANTOS PADRES
“Assim como o fermento faz fermentar toda a massa,
assim vós convertereis o mundo inteiro”
O Reino dos Céus é como o fermento; uma mulher o amassa com três medidas de farinha e basta para que tudo fique fermentado. Assim como o fermento faz fermentar toda a massa, assim vós convertereis o mundo inteiro. E não me digas: O que podemos fazer doze homens perdidos entre uma grande multidão? Porque precisamente o simples fato de que não recusais misturar-vos com as multidões torna imensamente mais admirável vossa eficácia. E assim como o fermento faz fermentar a massa quando a aproximamos da farinha – e não somente quando a aproximamos, mas quando a aproximamos tanto que se mistura com ela, pois não disse simplesmente “pôs”, mas “amassou” –, assim também vós, consolidados e unidos com vossos opositores, acabareis por superá-los.
E assim como o fermento fica envolto na massa, mas não perdido nela, mas vai gradualmente penetrando sua virtualidade a toda a massa, exatamente assim acontecerá na pregação. Assim, não tendes por que temer se vos predisse muitas tribulações: desta forma ressaltará mais a vossa índole e acabareis superando a tudo.
Porque é Cristo aquele que dá ao fermento essa virtude. Por isso aos que criam nele os misturou com a multidão, para que comuniquemos aos demais a nossa compreensão. Que ninguém se queixe, pois, de sua pequenez, pois o dinamismo da pregação é gigantesco, e aquele que uma vez fermentou, converte-se em fermento para os demais.
E da mesma forma como uma faísca que cai sobre a lenha se prende a ela e a converte em chamas, que por sua vez “coloca fogo aos outros troncos, ocorre exatamente assim com a pregação. Contudo, Jesus não falou de fogo, mas de fermento. Por quê? Justamente porque no primeiro caso nem tudo procede do fogo, mas também da lenha que queima; porém, no segundo exemplo o fermento tudo o faz por sua própria virtualidade.
Entretanto, se doze homens fizeram fermentar toda a terra, pensa quão grande não será a nossa maldade, pois, sendo tão numerosos, não conseguimos converter aos que ainda restam, de tal forma que deveríamos estar em condição de fazer fermentar a mil mundos. Porém, eles – me dirás – eram apóstolos. E o que isso significa? Será que eles não participavam de tua mesma condição? Não viviam nas cidades? Será que eles desfrutaram das mesmas coisas que você? Não exerceram seus ofícios? Eram por acaso anjos? Acaso baixaram do céu? Porém me replicarás: eles fizeram milagres. Até quando utilizaremos o pretexto dos milagres para encobrir a nossa indiferença? Que milagres fez João que teve a tantas cidades dependentes de si? Nenhum, como testemunha o evangelista: João não fez nenhum milagre.
E o próprio Cristo, o que é que dizia ao dar normas aos seus discípulos? Realizai milagres para que os homens os vejam? Em absoluto. Então, o que é que lhes dizia? Brilhe assim vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e deem glória ao vosso Pai que está no céu. Vês como é necessário em todas as partes que a vida seja boa e esteja cheia de boas obras? Pois por seus frutos – ele diz – os conhecereis.
São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla
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