sábado, 27 de julho de 2019

6º Sábado Depois de Pentecostes

27 de Julho de 2019 (CC) / 14 de Julho (CE)
Santos Áquila [Apóstolo dos 70] e Priscila (Séc. I)
Tom 4



Santo Áquila, natural de Ponto, na Ásia Menor, era judeu e produzia tendas para o comércio. No ano 52, ele e sua esposa Priscila estavam em Corinto onde se encontrava o Apóstolo São Paulo. Eles ofereceram hospitalidade ao Apóstolo que, aceitando, permaneceu com eles durante muitos dias, dispondo-se, inclusive a ajudá-los no trabalho (At 18, 2-3). E, aderindo à fé cristã através de São Paulo, eles o seguiram, desde aquele momento, trabalhando junto com ele e enfrentando todos os perigos e riscos por pregarem o Evangelho de Cristo, como o próprio São Paulo declara em sua Epístola aos Romanos, quando afirma:

«Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus; pela minha vida eles expuseram as suas cabeças. E isso lhes agradeço, não só eu, mas também todas as igrejas dos gentios» (Rm 16,3-4).

Tropárion Modo 3
Santo apóstolo Áquila dos Setenta;
Rogai ao Misericordioso;
Conceder às nossas almas o perdão dos pecados.

Kondákion Modo 4
A Igreja sempre te viu como uma estrela resplandecente, Ó apóstolo Áquila,
Teus milagres manifestaram grande iluminação.
Por isso clamamos a Cristo:
"Salva aqueles que, com fé honram Teu apóstolo,
Ó Misericordiosíssimo."


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 
 
Romanos 9:1-5

Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.

Mateus 9:18-26

Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá. E Jesus, levantando-se, seguiu-o, ele e os seus discípulos. E eis que uma mulher que havia já doze anos padecia de um fluxo de sangue, chegando por detrás dele, tocou a orla de sua roupa; Porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua roupa, ficarei sã. E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã. E Jesus, chegando à casa daquele chefe, e vendo os instrumentistas, e o povo em alvoroço, Disse-lhes: Retirai-vos, que a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele. E, logo que o povo foi posto fora, entrou Jesus, e pegou-lhe na mão, e a menina levantou-se. E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.

† † †

COMENTÁRIO

“Realmente, para Deus a morte é um sono”

Todas as perícopes evangélicas, caríssimos irmãos, nos oferecem os grandes bens da vida presente e da futura. Porém a leitura de hoje é um compêndio perfeito de esperança, e a exclusão de qualquer motivo de desesperação.

Porém, falemos do chefe da sinagoga, que, enquanto conduz Cristo à cabeceira de sua filha, deixa o caminho desimpedido para que a mulher se aproxime dele. A leitura evangélica de hoje começa assim: Aproximou-se um chefe da sinagoga, e ao vê-lo se lançou aos seus pés, rogando-lhe com insistência: Senhor, minha filha está nas últimas; vem, coloca as mãos sobre ela, para que seja curada e viva. Conhecedor do futuro como era, a Cristo não lhe estava oculto que haveria o encontro com a sobredita mulher: dela o chefe dos judeus haveria de aprender que a Deus não há necessidade de mudá-lo de lugar, nem levá-lo pelo caminho, nem exigir-lhe uma presença corporal, mas crer que Deus está presente em todos os lugares, integralmente e sempre; que pode fazê-lo somente com uma ordem, sem esforço; infundir ânimo, não deprimi-lo; afugentar a morte não com a mão, mas com o seu poder; prolongar a vida não com a arte, mas com o mandato.

Minha filha está nas últimas; vem. Que é como se dissesse: Ainda conserva o calor da vida, ainda se percebem sintomas de animação, ainda respira, ainda o Senhor da casa tem uma filha, ainda não desceu à região dos mortos; portanto, apressa-te, não deixes que a sua alma se vá. Em sua ignorância, creu que Cristo somente podia ressuscitar a morta se a tomasse pela mão. Esta é a razão pela qual Cristo, quando, ao chegar a casa, viu que choravam pela menina como perdida, para mover à fé aos pensamentos infiéis, disse que a menina não estava morta, mas adormecida, para infundir-lhes esperança, pensando que era mais fácil despertar do sono que da morte. A menina, disse, não está morta, mas dorme.

E realmente, para Deus a morte é um sono, pois Deus devolve mais rapidamente à vida um homem que desperta do sono (da morte) do que a um adormecido; e Deus demora menos em infundir o calor vivificante a alguns membros frios com o frio da morte do que pode tardar um homem em infundir o vigor aos corpos sepultados no sono. Escuta ao apóstolo: Em um instante, num abrir e fechar de olhos os mortos despertarão. O bem-aventurado apóstolo, ao não usar palavras capazes de expressar a velocidade da ressurreição, recorreu aos exemplos. Porque, como poderia imprimir agilidade ao discurso ali onde a potência divina se adianta inclusive a essa própria agilidade? Ou em que sentido poderia expressar-se em categorias de tempo, ali onde nos é concedido uma realidade eterna não submetida ao tempo? Assim como o tempo deu lugar para a temporalidade, assim a eternidade excluiu o tempo.

São Pedro Crisólogo (séc. V)

† † †

Nenhum comentário:

Postar um comentário